quinta-feira, 29 de maio de 2014

"PARADOXO"


Toda superficialidade tem um que de profundeza,
quando raso me sinto submerso em solidão.

Então na profundidade do silencio me absorvo,
em longos papos com meu eu.

Introspectivo olhando pra dentro do vazio,
tento tirar do fundo algum naco de luz.

Algo que de sentido por estar submergido,
na dependência visceral de não estar só.

Quero o mundo em bombardeios enlouquecidos,
só pra remover o deserto que ha em mim.

Retirar debaixo,do lodo seco,águas mortas,
que ainda sim são águas vivas desassistidas.

Beber desta fonte um pouco de morte,
que acabe de vez com agonia vã.

Revolver areia que passa apressada na ampulheta,
sem tempo pra gozar o vento.

Abraçar o que tiver de cor no sopé do arco-iris,
namorar a menina dos olhos,atrás da retina.

Tomar banho no mar que invade a costa oeste,
rumar pro norte,no encalço da feliz idade.

Ali recepcionar o destino,com a maturidade de um menino,
no auge do seu despertar.

Encontrar na superficialidade imposta,
um mundo cheio de possibilidades,inclusive de amar.

Abandonar na praia a solidão,dar as mãos pra alguém,
e povoar o silencio.

Encher de vida e amar com toda profundidade,
que possa permitir meus vazios.
      

Reginaldo

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