Quisera a revolta das águas
rompendo pedras
liquefazendo tuas certezas...
Impondo-lhe lucidez!
A sabedoria do pássaro
que faz seu ninho
sem régua e compasso...
Intuindo o essencial!
Ou então o pouso suave da borboleta
no brejo salobro
depois do doce voar...
Subir,seguir,planar!
Quisera ainda o equilíbrio suspenso
de uma corda bamba
sobre os abismo de Si...
Correr perigo!
A vida lá fora,agora,
do amanha que não tenha,
mas que já o apavora...
Pelo real que desenha!
O contrário,o avesso,
a contra-mão do endereço,
do que prega o poeta...
Em teus desconcertos!
Em frases curtas,em versos,
que nas entrelinhas escapam
de um poema cravado...
Que de súbito façam...
Na sutileza do ouvir,
sentir que naquilo que quer
não cabe mais dor...
Assim deseja!
Que nada o faça querer viver mais,
a certeza do agora
que a verdade do amor...
Que o poeta implora!
Assim se rende a calmaria
das ondas serenas da praça,
mesmo de braços cruzados...
A Poesia o abraça!
Jose Regí Poesia