Para o tempo nos sonhos,
não se ouve o batido do ponteiro,
As horas sem importância,
a cabeça no travesseiro.
Embarco em águas serenas,
nunca a deriva,
meu barco desfila,
além da esquina do sono.
Meus pés tocam o porto,
pisam a grama verde,
encantam meus olhos
as calêndulas multicores.
Corro como bicho solto,
livre do fardo de viver...
sem amarras,sem prisão,
com as gaiolas sempre abertas.
Sou um pássaro migrador,
sutilizando o voo,
minuciando o céu,
sem mensurar os riscos.
Não tenho medo do menino
com o bodoque nas mãos,
tenho a sombra dos galhos,
a camuflar proteção.
Mas a viagem é fugaz,
ouço o apito do barco,
é hora de voltar,
atravesso sem querer o travesseiro...
Ouço a batida do ponteiro,
as horas com importância,
fazem pressão no tempo,
que abre as cortinas.
é dia lá fora,a noite foi dormir,
volto ao ponto inicial,
a prisão,ao farto pesado,
a contar tudo igual.
Pois até os sonhos são passageiros,
sem rumo,sem roteiro,
sem final...
De conluio com os ponteiros...
Que seguem as batidas!
Jose Regi Poesia
Imagem de Dali
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