O sol não veio,dormiu até mais tarde,
o trem que traria o destino atrasou,
somente a penumbra da despedida
apresentou a passagem.
Mas...
tenho os pés plantados,
mesmo de malas prontas ,
louco pra sair daqui,
vou indo ficando!
Tenho raízes e razões para ficar,
o corpo que vá...Não é meu,
é pó...
É terra!
Meus reflexos e reflexões,
são ramagens de uma vida,
minha essência é arvore
que cresceu á sombra.
Fico a espera do lenhador,
aqui perto da encosta,
saudoso entre os troncos tombados,
que se foram com o tempo.
Espero sem querer,
mas quero esperar
que o trem do ceifador
descarrile a poucos metros de mim!
Que eu tenho tempo pra ver,
meus galhos habitados,
meus frutos colhidos,
meu dependentes alimentados,
que eu tenha o que foi negado aos troncos tombados!
Reginaldo