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"JANELA FECHADA"


Uma cadeira vazia,
no canto da sala,
abre alas um vazio de alma
cheio de silencio,
avido de luz.
Perambula no estio
por entre os vazios
na ânsia de achar
algo que lhe complete,
que interrompa o silencio,
a inquietancia dos eternos instantes,
onde passa a vida
dentro de um tempo parado,
com os olhos irritados
de contar areia de ampulheta.
Lá fora ha luz,
as cores no campo,
borboletas,,
colibris,
pardais e bem-te-vis,
tem chuva fina,
tem sol abrasador,
tudo lá fora é vida
pulsa,tem viço
em vicio de viver.
Mas os olhos de olhar escuridão
não lhe permite voar.
Contempla do vazio da sala,
da cadeira vazia,
dentro de um deserto,
os poucos versos que lhe traz o vento.
Não consegue ver além da soleira,
nem ouvir os pássaros
com a janela fechada.
Desistiu da ampulheta,
de contar areias...
Desertificou o seu peito,
onde não tem primavera,
é só um corpo vazio,
numa cadeira de canto,
que perdeu o encanto.
Não semeou,
na seara do tempo,
agora lamenta
a solidão,
por traz da janela fechada!


Jose Reginaldo Da Silva da Silva

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