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Menino do olho azul


Jaz infanta estripulia.
Ainda cedo corria pra rua o menino,
Não sabia nada de limites
E o mundo lhe era um convite
a campear.
Explorar além do horizonte
Da janela da sala
Da cercania entorno
Da margem da velha estrada.
Olhos azuis de céu
Asas nos pés
Era quase um semideus
Com todos os seus “eus’
Ainda incubado
De voos e sonhos.
Cismas várias
Não eximia os anseios,
Havia de ser grande
Já previa a cigana
Que vendia engodos
em troca de migalhas
Na esquina da rua do centro.
Desbravador solitário
Num relicário de teimosia
Esculpido a força
No tempo.
Jaz infanta estripulia
Na sucursal de ontem
Das gerais do sul...
Hoje homem feito adulto
Inventa versos como indulto
Para proteger
aquele menino do
olho azul.
José Regi

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