Pular para o conteúdo principal

Enfim...

 



 

 

Dedico a vós o meu silêncio

A inquietude abismada

Dos meus versos

Esses voos ora preteridos

Deixo assim subentendido

Em pousos dantes...Arremetidos.

 

Vasto é a amplidão

Desse universo mudo

Eximido de eco

Ou retorno

Onde o exilio

É silente contuso.

 

Corto os punhos,

Dramático, patético

Suicídio poético

Antes, porém, rascunho

A sangue quente

A dor corrente

Na rubra tarde que cai

Aos pés da noite eterna.

 

Não tenho asas,

Nem pernas

Nem plumas

Ou penas

Que sentenciam o fim

No crepúsculo.

 

Há um último impulso

Antes da queda

Um último plano

Ante o medo da escuridão.

Respira afoito

Um derradeiro pulso...

 

Não há mais nada

Nunca houve,  

Nunca esteve.

Nunca foi...

Não há mais tempo!

Poema escrito

Sobre areia fina,

Só quem lê

É o vento.

 

José Regi

 

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

  A Fé é uma planta frágil Que se rega com gotículas De esperança. É acreditar no impossível, No imponderável, É andar na contramão da lógica, Da realidade É crer no invisível, na uniciência No divinal.   Ter fé é cultivar a ingenuidade De uma criança, A fragilidade de uma mariposa Entorno da luz. É entender possível Quando tudo Se mostra ao contrário.   Ter fé É pegar no rosário e pedir Como quem esfrega Uma lãmpada mágica. É não aceitar. É a negação de si Nas entrelinhas da sua Propria incapacidade.   É acreditar numa utopia Na poesia do inédito No remédio amargo No apelo ao vento Ter fé é orar em silêncio Durante um temporal...   Ansear desvios, Piquetes e atalhos Na estrada da vida. É a dureza do chão A excassez do pão É o calo das mãos   Ter fé é não ter explicação É se nortear pelo intímo Se entregar a uma filosofia É sacrifício de vida Alienação, Aliança E A...

Guardado

      O que me prende não são cercas. Acerca disso, encarcero-me. Grades, gaiolas e asas de cera No interior quase deserto de mim.   Tento a teimosia Da brota, do florescer Para assim ser Pouso de insetos melíferos.   Nos outonos finais Invento quimeras Sobre folhas mortas Soltas ao vento da estação.   No distante, não obstante Uma araucária solitária No estio cumpri (no imperativo) Sua regra sina.   Livre de qualquer amarra Arraigada, Sentenciada Ao lugar da queda.     Eu que posso voar Me prendo qual andrajos velhos No arame farpado No varal do tempo.   Sob calendários, agendas Horários e itinerários Ocultos nas entrelinhas Das minhas utopias.     José Regi