Sonda-lhe no silêncio,
de uma vida longa,
nas entrelinhas da caminhada,
ronda-lhe um aceno de adeus.
Ainda busca vigor nas minúcias,
na lentidão da tua inutilidade,
pois que o tempo lhe impõe limites,
e o faz sofrer.
Olha o quadro no espelho,
tudo em volta é belo insinuante,
lhe faz recordar,viajar,
enquanto percebe-se indo...
Isto deixa tuas marcas,
o tempo dá seu toque,
poe branco sobre o preto
e grisalha tudo.
O rosto deserto seco,
mostra suas trincas,
seu solo sedento,
seu rio sem musgo.
O corpo arqueia,
querendo beijar o chão,
há dores,fragilidades visíveis,
que o vento tenta soprar.
Os olhos já não olham pro céu,
procuram nuvens no ocre da terra,
cheios de cataratas que escorrem lágrimas,
sobre os passos cansados.
As pernas tremulas,
perderam a vontade de ir,
reclamam um banco,
um assento,uma parada...
O coração bate mais lento,
o sangue anda e não corre nas veias,
sua Via Crucia
se avia enfim,
sob as vias de fato.
O tempo segue a rabiscar,
a rascunhar,esboçar seus caprichos
sobre o corpo tela,onde a arte inacabada,
aguarda pela assinatura.
Jose Regi Poesia
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