sábado, 10 de maio de 2014

"ELEGIA"


Canta triste os olhos
ao despertar sem ti,
senti a realidade dura,
uma flor distante do jardim.

Canta triste a canção
exaltando a despedida,
destaca com veemência
a finitude da vida.

Canta triste a alma
ante o presente pesadelo,
aqueles braços macios,
nunca mais a envolve-lo.

Canta triste por pesar
a boca dos doces beijos,
todo ardor que havia
agora é frio desfecho.

Canta triste um corpo,
cambaleante e solitário
vagante entre os sorrisos
deste irônico calvário.

Ouvi-se triste no silencio
o canto alegre noutro plano,
acabou todo tormento,
sofrimento mundano.

Segue só e só espera
pelo seu canto clamor,
que lhe permita viver além
a eternidade do Amor.


Reginaldo

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