terça-feira, 20 de maio de 2014

"CANSADO"



Vai se esvaindo o dia,
pelo vão dos dedos cansados,
vai consigo muito de si,
menos muito que o desejado.

Ávido por outra aurora,
descansa o corpo exausto,
a cama rende sossego,
o quarto escuro cela o claustro.

Passa ileso pela noite,
imerso em sono profundo,
semeando sonhos fartos
nos jardins do submundo.

No silencio das madrugadas,
recolhe pesadelos, loucuras,
confusão de sentimentos ouvidos,
no grito vivo das ruas.

Desperta de sobressalto
assustado com todo alarido,
ressente que ainda escutas
o dia que se fez ido.

Abraça a esposa do lado,
conta sua respiração,
ajeita o travesseiro de novo,
entrelaçam as mãos.

Beijo carinhoso na face
daquela que lhe aquece,
aconchega-se bem juntinho,
não demora adormece. 

Reginaldo

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