Desejava...
No casulo onde a ninfa se alinhavava,
tecer de seda seus sonhos,
em fios frágeis de sensibilidade,
ganhar asas ao despertar.
Observava...
Incubada de silencio,
o voo livre do beija-flor,
infiel ao beijar todas rosas,
margaridas e dálias do jardim.
Esperava...
Incubada de silencio,
o desabrochar da metamorfose,
do rastejar pesado imbelo,
ao voo sereno e Narciso.
Ansiava...
Ainda incubada em silencio,
pelo alarido dos pássaros,
arautos da alvorada,
mensageiros da primavera.
Findava...
Enfim o silencio,
rompia o invólucro que lhe permite a luz,
vestiu-se de asa delta e voou
pra além do jardim.
Nascera...
Fugaz como chuva de verão,
colhe do voo,tudo que lhe fora negado,
depois precipita suave sobre a flor mais bela,pousa!
Agora...
Ávida de cor e vida,
desfila sublime entre violetas,
o bulbo seco é lembrança do incubado silencio,
no delicioso bailar da borboleta.
Reginaldo
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