Ver o avesso inverso,
o contrario que mostra
no verso do verso
e sondar por traz da cortina.
Desalojar por um instante,
tudo que habita em mim,
andar solto por todo canto,
sem estar em lugar nenhum.
Subir no parapeito e saltar,
na esperança do voo,
tocar o chão do abismo,
que me convida a tentação.
Encarar o espelho nos olhos,
ali de dedo em riste,
mostrar o que encontrei
no delinear das rugas.
No grisalho do cabelo
que o tempo pintou,
marcas da mais incompleta
e imperfeita odisseia.
Então retirar a mascara
impregnada do egoismo meu,
ler os rabiscos que o tempo
escreveu na linha das mãos.
Assim encarar de vez o espelho,
abraçar o que ele ofereceu,
aquela templo vazio
o inquilino era "Eu."
Reginaldo
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