sábado, 7 de setembro de 2024

Viajante

 


Um corpo dança ao som do relógio

Fitando o sol que não tarda a nascer

Presságio de luz no alto do pódio

Gaiolas abertas ao amanhecer

 

Aqui no lado de dentro do silêncio

Paredes brancas maculam-me a paz

Equilibro-me no arame fardado pênsil

No aguardo da brisa breve, mansa e fugaz

 

Um canto lírico ecoa no instante agora

A vida bate asas pela janela dos olhos

Pássaro de migragem se indo embora

Entre flores noturnas de época e afolhos

 

Apenas o canto livre das asas se ouve

No longe quase distante de tudo daqui

Encarcerado atrás dos caixilhos, ouse

Versar sobre avesso da fuga enfim...

 

Voos findos em oníricos oásis

Vida e morte, uma quase miragem

Entre o horizonte e a verticalidade

É o sono eterno ou seguir a viagem.

 

José Regi

 

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