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"DESENGARRAFAR"


Seu barquinho vai indo,
deslizando em meio as tormentas,
turbulentas ventanias,
temporais que a vida traz!

Sempre em busca da calmaria,
do oásis,do espelho D'água,
que reflita sua alma
cansada de guerra.

Segue no rastro da esperança,
ingênua criança,
que o tempo lhe afague
com dias melhores.

Um porto,um ancoradouro,
que lhe traga guarida,
lhe abrace o corpo,
lhe abrande as feridas.

Não quer mais navegar as cegas,
quer retirar a venda das asas,
quer enxergar o céu...e voar!

Pousar na paz furtiva,
que a lentidão das águas espanta,
voar pra longe das tormentas,
pisar enfim terra firme.

Onde terá guarida dos temporais,
paz,sossego de alma,
uma palhoça de folhas largas,
colhida dos coqueirais.

Água de coco,sombra,vento nas velas,
convite de ida,que recusas no ato,
não são velas içadas,
são bandeiras branca no mastro!

Desejos revelados ao vento!

Reginaldo

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