Pular para o conteúdo principal

"REFLEXÃO TORTA DE UM CAMINHAR RETILÍNEO"


Tenho trilhado por onde nunca antes,
não sei onde isso vai me levar,
nem se quero ir,
levado sou ,levado vou!


Ando rouco de falar sozinho,
os pés feridos de espinho,
tem roseira sem cheiro,
sem cor o caminho.

Busco no ofuscado interior,
alguma razão pra isso tudo,
alguma clareza.

Uma verdade enganadora,
ou uma mentira absoluta,
alguma sombra onde eu possa relaxar.

Amores vem e vão,
vão ,
lacunas na alma,
buracos em branco na história.

Não escrevi esta comedia,
este andar sozinho não tem graça,
este drama não termina.

Esta vida fútil,igual todo dia,
repetição do ontem amanha,
onde todos vê rotina,
esconde escancarada covardia.

Mudar o imutável,
romper as conjecturas,
fragmentar o código
e decifrar este vazio.

Este é meu paradigma,
amar com toda minha forma,
e seguir andando,ou amargar
minha fraqueza.

Tenho razões pra crer,
que não tenho razão alguma,
as vezes louco,insano tanto,
que beira normal.

A vida que me empurra pra frente,
não me encara nos olhos,
tem medo do que vai ouvir.

Presumo que o silencio é doce,
inebria e entorpece,calei-me,
ando rouco de falar sozinho.

Vou gozar os passos que ainda me restam,
tentar colher as rosas sem cheiro,
se não der pra andar com espinhos nos pés...

Entorpecido de silencio voarei,
até meu destino ! 


Reginaldo

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Enfim...

      Dedico a vós o meu silêncio A inquietude abismada Dos meus versos Esses voos ora preteridos Deixo assim subentendido Em pousos dantes...Arremetidos.   Vasto é a amplidão Desse universo mudo Eximido de eco Ou retorno Onde o exilio É silente contuso.   Corto os punhos, Dramático, patético Suicídio poético Antes, porém, rascunho A sangue quente A dor corrente Na rubra tarde que cai Aos pés da noite eterna.   Não tenho asas, Nem pernas Nem plumas Ou penas Que sentenciam o fim No crepúsculo.   Há um último impulso Antes da queda Um último plano Ante o medo da escuridão. Respira afoito Um derradeiro pulso...   Não há mais nada Nunca houve,   Nunca esteve. Nunca foi... Não há mais tempo! Poema escrito Sobre areia fina, Só quem lê É o vento.   José Regi    

  Fé é uma planta frágil Regadas a gotículas De esperança. É acreditar no impossível, No imponderável, andar na contramão da lógica Da realidade e crer no invisível, na onisciência, No divinal.   Ter fé é cultivar a ingenuidade De uma criança, A fragilidade de uma mariposa no Entorno da luz. É entender possível Quando tudo Se mostra ao contrário.   Ter fé É pegar no rosário e pedir Como quem esfrega Uma lâmpada mágica. É não aceitar. É a negação de si Nas entrelinhas da sua Própria incapacidade.   É acreditar numa utopia Na poesia do inédito No remédio amargo No apelo ao vento Ter fé é orar em silêncio Durante um temporal... Ansiar desvios, Piquetes e atalhos Na estrada da vida.   É a dureza do chão A escassez do pão É o calo das mãos Ter fé é não ter explicação É se nortear pelo íntimo Se entregar a uma filosofia É sacrifício de vida Alienação, Aliança E Abnegação ...

Menino do olho azul

Jaz infanta estripulia. Ainda cedo corria pra rua o menino, Não sabia nada de limites E o mundo lhe era um convite a campear. Explorar além do horizonte Da janela da sala Da cercania entorno Da margem da velha estrada. Olhos azuis de céu Asas nos pés Era quase um semideus Com todos os seus “eus’ Ainda incubado De voos e sonhos. Cismas várias Não eximia os anseios, Havia de ser grande Já previa a cigana Que vendia engodos em troca de migalhas Na esquina da rua do centro. Desbravador solitário Num relicário de teimosia Esculpido a força No tempo. Jaz infanta estripulia Na sucursal de ontem Das gerais do sul... Hoje homem feito adulto Inventa versos como indulto Para proteger aquele menino do olho azul. José Regi