Eu continuo andarilho da vida,
bifurcando caminhos,
entrando por atalhos
e picadas da estrada.
Bebendo água nas bicas,
sem bagagem,sem pressa,
sem rumo ,nem rota de viagem,
sigo ao sabor do vento.
A chuva molha o calor do sol ,
que faz a sombra do ipê,
sombra que embala o cansaço,
e convida a parar.
Acumulo alegrias,tristezas,
decepções e euforias,
amigos,amores,
paixões e dissabores .
Sou levado não sei pra onde,
recebendo o dia,abraçando o cair da tarde,
que ao findar puxa a noite pela mão,
e a deixa como companheira.
Sinalizo pro alto,
aponto e conto estrelas,
no véu negro e cintilante
que cobre minha cabeça.
Lá no sopé vê-se a lua,
apenas um fio dourado,
uma navalha de cortar a alma,
arredia e decepcionada por estar vazia.
Neste cenário sem clareza,
caminhar é preciso,
seguir sempre avante,
decifrando sinais.
Revelando vida nos passos,
desvelando belezas nas margens,
sentindo o perfume das violetas,
voando com as borboletas.
Carregando na memória,
sorrisos,amigos,histórias.
Escrevendo de passagem
uma odisseia na poeira.
O vento que a vida é,
sorrateiro e fugaz,
espera a hora de soprar,
apagar as pegadas do caminho...
Fazer com este andarilho,
o destino a sutil maldade,
varrer as pegadas,as marcas,
as lembranças...Virar saudade!
Reginaldo
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