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“INTERIOR”



Arrume tudo,
Rume pro fim do mundo,
Arremesse suas falas ao vento
Sem remorso, nem lamento.

Tire do nada seu tempo,
Sente no banco da praça,
Submeta-se ao canto dos pássaros,
Delire, alcance o alfa deste teorema.

Alce voo leve como pena,
Decifre seus dilemas
Já no delta do despertar, adormeça.
Se ainda não terminou de sonhar.

Não desembarque,
Nem desarrume as malas
Se não for a sua estação.

Aproveite a paisagem
Que te vem de olhos fechados,
Estas que te fogem
quando olhas e não vê.

Mantenha a janela aberta
Pra que a gaiola não o aprisione
Pra que não atrofie as asas
E te impeça de voar!

Reginaldo

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