quarta-feira, 4 de junho de 2014

"AFRESCOS INACABADOS"


A raiva de outrora,
não raiou com a dia,
a ira ,não irá comigo
a lugar algum.

Estou leve de qualquer 
sentimento negro,
flutuo tal qual a libélula,
em pousos suaves 
de reconhecimento,
em qualquer cacto espinhento.

Denota em mim,
transparência ao 
voar em silencio,
o tempo que me empurra,
é impulso pro horizonte,
é a ponte que me liga 
ao templo dos Salmos.

Tenho comigo a semente,
o pólen da flor,
tenho água nos olhos,
pra regar os canteiros,
tenho comigo a essência,
o dia nas mãos,o chão,
a vontade de ver o amanha,
o desejo do abraço quente,
de ser gente como os afrescos
de Michelangelo.

Queria morar na capela sistina,
só tocar o dedo de Deus.
Criar assim um elo definitivo,
afável para com todo sentir,
abraçar o amanha que chega
com ânsia e fervor,
viver a cada instante,o inefável.

O dia nada mais é 
que uma tela em branco,
pincelamos como queremos,
rabiscos de como vivemos,
rascunho sem correção,
esboço de busca Vã
se não tiver"Amor!"

Somos nós o artista!




Reginaldo

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