segunda-feira, 25 de maio de 2015

"MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE UM AMOR QUE NÃO MORRE"



....uma silhueta desloca suave além dos olhos,
da menina dos dias claros,azuis,navega
num deserto de areia esvoaçante,
uma sombra sob o sol ardente.

Nas mãos a esperança quase morta,
bebi a ultima gota da seiva,
ainda se resguarda para o encontro,
deseja ainda olha-la nos olhos.

Foge de si,busca no caminho,
os rastros deixados marcados no tempo,
sem saber dos planos tortos,
varre as sobras o vento.

Chora seus lamentos o solitário andarilho,
o amor embarcou a muito,
deixou um peito saudoso e vazio,
um trem quase fora dos trilhos.

Leva nas mãos uma rosa desfalecida,
por ainda sentir o cheiro vivo daquele amor,
anseia adornar seu cabelo
com o viço morto daquela flor.

Por isso o caminhar insano,
a louca busca,a procura as cegas,
por isso embrenhou desertos,
rotas incertas,desistiu de si.

Se fez sombra,vulto,silhueta,
anulou-se,alienou-se,deixou-se levar...
colheu na efêmera beleza da flor,
a eternidade do amar.

Agora vaga longe da fonte,
ele a flor,
muito além do horizonte,
cego de amor!!

Reginaldo

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