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"PÁSSARO NOTURNO"



A noite encobriu as cores,
como num apagar de luzes,
estendeu sua manta negra,
sobre o que foi um dia.

Colho no fim deste ato,
corpo surrado e cansaço,
fadiga dos olhos
que agora contemplam a escuridão.

Não é a noite de toda ruim,
de certa forma desperta pro sonho,
entre lençóis e fronhas,
desfardar do peso nos ombros.

Convida ao silencio,
ao ouvir minha voz,
onde não há nós,
só eu posso me ouvir.

Coração desacelera,
pulsa devagarinho,
vai silenciando aos poucos,
pronto...Sonhando de novo!

Voando num céu de azul encantador,
sobre o vergel amarelo de sol,
com flores de todas as cores,
fugindo da solidão da noite.

Voa por todos os cantos,
nos versos da poesia,
este passarinho noturno,
só quer ver raiar o dia.

Pousar na soleira da janela...
E cantar a vida!

Reginaldo

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