Brotou com o despertar,
um filho verde claro,
um filete da rama buscando pegas,
pra se por de pé.
Brotou no campo da alma,
traze portanto o esperado acalanto,
a serenidade oculta na felicidade,
no instante do parto.
Semente fora,já não é mais...
Este poema não diz nada,
as palavras são mudas,
o entendimento está abstrato,
na cômoda vazia,
sob o porta retrato.
Retraio, e constato o fato.
Passaram os anos,
vejo o brilho opaco e dissoluto,
dos olhos teus refletindo saudade,
no eternizado momento
em que fora feliz como o vento.
Mas é chegada a hora
de sair do casulo,
deixar a proteção da casca,
romper pra fora.
Será doloroso,
sofrido,traumático,
mas tem que ser assim.
Um parto natural,
com suas surpresas,
tristezas nulas
ante a beleza da luz.
Pendure na cerca,
que cerca o entorno,
cresça e seja frondosa copa,
se for pra ser,
ou quem sabe rasteira folhagem,
cedendo matizes as manhas despertas.
Viçoso verde,
em cada ponto de musgo,
mostrando vida na minucias,
nas entrelinhas,nos apequenamentos.
Porque todo findar
é uma gestação pro nascer
de uma nova aurora.
Reginaldo
Porque a vida é fugaz,fiz-me palavras doces em cachoeiras,esparramando e umidecendo olhares,despertando sonhares,fazendo voar num súbito bater de asas e pouso de passarinhos.
sexta-feira, 4 de abril de 2014
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