Pular para o conteúdo principal

=Essência=



Meu caderno é
simplesmente um chumaço de papel.
a caneta um tubo plastico inerte,enquanto que
a cadeira é um manufaturado de medeira...

A mesa,
espera pelos meus braços,
com uma xícara de café e
o silêncio a gritar loucuras.

O vento que entra pela janela,
agita as folhas em branco,
forte,arrasta a cadeira,
derruba a caneta
e me convida a apanha-la do chão.

Tem um sentido nisto tudo,
nunca venta em vão
quando se está o céu,
vestido de azul oceano.

Um trovão distante fez-se ouvir,
o tempo irado,promete cair,
tem chuva na serra,
aroma de alecrim!

Falta luz,um blecaute,emudeceu a TV,
o radio parou de falar,
o computador,desestabilizou,
acho que é fusível!

Acendo uma vela,a luz amarela,
sobre a mesa,acesa,mostra o papel
a caneta, a cadeira no foco...
Sento-me quase que involuntariamente.

Não consigo escrever uma virgula,
quando cai sobre a folha uma gota de cera,
que da vela escorria...me rendo ao acaso,
ou será poesia?

Só sei que a eminencia da escuridão,
evidencia os olhos a luz que a alma tem.
voam pelo papel as mãos,traduzindo em palavras
o que do âmago vem.

As maquinas não fazem poesia!
Sigo escrevendo meus escuros
enquanto dança a chama da vela
ao sopro do vento!

Ela têm seu momento de sol!

Jose Regí Poesia

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

  A Fé é uma planta frágil Que se rega com gotículas De esperança. É acreditar no impossível, No imponderável, É andar na contramão da lógica, Da realidade É crer no invisível, na uniciência No divinal.   Ter fé é cultivar a ingenuidade De uma criança, A fragilidade de uma mariposa Entorno da luz. É entender possível Quando tudo Se mostra ao contrário.   Ter fé É pegar no rosário e pedir Como quem esfrega Uma lãmpada mágica. É não aceitar. É a negação de si Nas entrelinhas da sua Propria incapacidade.   É acreditar numa utopia Na poesia do inédito No remédio amargo No apelo ao vento Ter fé é orar em silêncio Durante um temporal...   Ansear desvios, Piquetes e atalhos Na estrada da vida. É a dureza do chão A excassez do pão É o calo das mãos   Ter fé é não ter explicação É se nortear pelo intímo Se entregar a uma filosofia É sacrifício de vida Alienação, Aliança E A...

Enfim...

      Dedico a vós o meu silêncio A inquietude abismada Dos meus versos Esses voos ora preteridos Deixo assim subentendido Em pousos dantes...Arremetidos.   Vasto é a amplidão Desse universo mudo Eximido de eco Ou retorno Onde o exilio É silente contuso.   Corto os punhos, Dramático, patético Suicídio poético Antes, porém, rascunho A sangue quente A dor corrente Na rubra tarde que cai Aos pés da noite eterna.   Não tenho asas, Nem pernas Nem plumas Ou penas Que sentenciam o fim No crepúsculo.   Há um último impulso Antes da queda Um último plano Ante o medo da escuridão. Respira afoito Um derradeiro pulso...   Não há mais nada Nunca houve,   Nunca esteve. Nunca foi... Não há mais tempo! Poema escrito Sobre areia fina, Só quem lê É o vento.   José Regi    

Viajante

  Um corpo dança ao som do relógio Fitando o sol que não tarda a nascer Presságio de luz no alto do pódio Gaiolas abertas ao amanhecer   Aqui no lado de dentro do silêncio Paredes brancas maculam-me a paz Equilibro-me no arame fardado pênsil No aguardo da brisa breve, mansa e fugaz   Um canto lírico ecoa no instante agora A vida bate asas pela janela dos olhos Pássaro de migragem se indo embora Entre flores noturnas de época e afolhos   Apenas o canto livre das asas se ouve No longe quase distante de tudo daqui Encarcerado atrás dos caixilhos, ouse Versar sobre avesso da fuga enfim...   Voos findos em oníricos oásis Vida e morte, uma quase miragem Entre o horizonte e a verticalidade É o sono eterno ou seguir a viagem.   José Regi