quarta-feira, 5 de agosto de 2015

"SECURA"






Foi na fonte,beber um pouco da sede,
num deserto ardil,sem vento,parado,
havia traços de um oásis,
no verde dos olhos do tempo...

Seca de trincar a pele do chão,
nem um grão de vida se avistara na vastidão,
o azul doido do céu,
espantara os voos...

Mas era preciso vencer esta aridez,
romper com o bruto por lapidar,
carregar o corpo cansado de procura,
à uma sombra pra alma descansar...

Só queria as pedras de Adélia,
aquelas que os olhos enxergam dentro,
onde todos veem deserto,
é um jardim que adentra...

Pisa a grama verde,
colhe as calêndulas,sacia-se no regato manso e fresco,
na pressa lenta de mar...

Ha flores nas margens,
o céu e colorido de asas,
o chão e liso e macio
qual pele de recém nascido.

Este é o deserto de mim,
liquido.viçoso,pulsante,
um punhado de acasos,
onde sou sempre itinerante.

Busca a fonte da poesia,
beber da sua fluidez
quando sufoca os dias,
o homem se rende ao poeta...

Prostrado as margens do lago de areia
sonha com barcos e caís,
a sombra dos cactos,
que choram suas flores secas!

Jose Regi Poesia

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