quarta-feira, 5 de agosto de 2015

"Escassez de tempo hábil"




Ouço o apito do trem,soar no silêncio,
o destino é o trilho,
onde desliso meus dias incertos,
onde reviço meus desertos,secos de futuro...

Sou aquela arvore sem folhas,
que o vento ignorou,
sem fruto,sem flores
que a primavera invernou.

Sou só um ponto no tempo,
sem pernas pra caminhar,
arraigado em minhas estações
sempre impróprias para voar.

Ha um pássaro em minhalma,
trancado do lado de fora,
querendo o céus dos meus confins...
Isto me apavora!

Demônios povoam meus sonhos,
quando morro no travesseiro,
meu cansaço insone
do corpo é prisioneiro.

Ha que se libertar das amarras,
romper com a surdez refém,
ha que abrir os sentidos
antes de subir no trem.

Este que apita a cada amanhecer,
sussurrando meu fim.
Ainda não carimbei meu bilhete,
não chegou a hora pra mim.

Mas já ouço o apito,
o soar do silêncio,
suprimindo meus gritos
meus conflitos...

Antes do embarque!


Reginaldo
 

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