Pular para o conteúdo principal

"PORTA ABERTA"



O Poeta,
delirante e careta,
baixou as duras penas
a caneta.

Não queria...
O Poeta abriu a porta,
com o resto de sanidade que tinha,
olhou a rua,acendeu a lua e partiu.

Sozinho...
O Poeta anda tranquilo
entre sua aparente insignificância
e a noite que o esconde na penumbra.

Invisível...
Ele ,o Poeta, é um misto
de homem e pássaro,
que anda na sombra de voos cegos.

Inquieto...
Tem seus avessos revelados,
desnudo teu poema,são
mortalhas de loucuras.

Insone...
Segue os rastros da lua,
que toda nua o encanta,
enfeitiça teus silêncios.

Declama...
Declara guerra ao mundo,
sabendo-se oriundo do fundo,
de suas melancolias.

Encontra-se...
Ele ,O Poeta é a própria porta aberta,
pra dentro das inquietudes,
ele é,O Poeta,a seta em torta linha reta...

Encerra...
Tua jornada, acaba com o lume da madrugada,
ele ,O Poeta,retorna ao naco de consciência,
veste-se de normalidade,desliga a Lua e entra...

Pela Porta entre aberta
do amanhecer,ainda por vir à ser,
Outro dia,outro dia,outro dia!!!

Reginaldo

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

  A Fé é uma planta frágil Que se rega com gotículas De esperança. É acreditar no impossível, No imponderável, É andar na contramão da lógica, Da realidade É crer no invisível, na uniciência No divinal.   Ter fé é cultivar a ingenuidade De uma criança, A fragilidade de uma mariposa Entorno da luz. É entender possível Quando tudo Se mostra ao contrário.   Ter fé É pegar no rosário e pedir Como quem esfrega Uma lãmpada mágica. É não aceitar. É a negação de si Nas entrelinhas da sua Propria incapacidade.   É acreditar numa utopia Na poesia do inédito No remédio amargo No apelo ao vento Ter fé é orar em silêncio Durante um temporal...   Ansear desvios, Piquetes e atalhos Na estrada da vida. É a dureza do chão A excassez do pão É o calo das mãos   Ter fé é não ter explicação É se nortear pelo intímo Se entregar a uma filosofia É sacrifício de vida Alienação, Aliança E A...

Enfim...

      Dedico a vós o meu silêncio A inquietude abismada Dos meus versos Esses voos ora preteridos Deixo assim subentendido Em pousos dantes...Arremetidos.   Vasto é a amplidão Desse universo mudo Eximido de eco Ou retorno Onde o exilio É silente contuso.   Corto os punhos, Dramático, patético Suicídio poético Antes, porém, rascunho A sangue quente A dor corrente Na rubra tarde que cai Aos pés da noite eterna.   Não tenho asas, Nem pernas Nem plumas Ou penas Que sentenciam o fim No crepúsculo.   Há um último impulso Antes da queda Um último plano Ante o medo da escuridão. Respira afoito Um derradeiro pulso...   Não há mais nada Nunca houve,   Nunca esteve. Nunca foi... Não há mais tempo! Poema escrito Sobre areia fina, Só quem lê É o vento.   José Regi    

Viajante

  Um corpo dança ao som do relógio Fitando o sol que não tarda a nascer Presságio de luz no alto do pódio Gaiolas abertas ao amanhecer   Aqui no lado de dentro do silêncio Paredes brancas maculam-me a paz Equilibro-me no arame fardado pênsil No aguardo da brisa breve, mansa e fugaz   Um canto lírico ecoa no instante agora A vida bate asas pela janela dos olhos Pássaro de migragem se indo embora Entre flores noturnas de época e afolhos   Apenas o canto livre das asas se ouve No longe quase distante de tudo daqui Encarcerado atrás dos caixilhos, ouse Versar sobre avesso da fuga enfim...   Voos findos em oníricos oásis Vida e morte, uma quase miragem Entre o horizonte e a verticalidade É o sono eterno ou seguir a viagem.   José Regi