Saiu do supermercado,
cabeça baixa,
semblante pesado...
Lia atenta o canhoto da compra,
era Ela e o maldito papel,
que não entravam em acordo!
Uma figura emblemática,
que vai se despindo de
normalidade!
Com uma estampa in-convencional,
aos olhos do igual, vai se
dissolvendo no tempo.
Ela não tá nem ai pro que pensão,
a dialética segue sozinha,
entre Ela e o canhoto...
Aquela obra,Ela,
anda a sombra dos teus
silêncios!
Atormentada,segue seus passos,
refletido nas poças,
Ela,velha menina moça!
Velha ruína,por traz da menina,
a moça é obra pronta
em desconstrução!
Mas ecoa em seus salões,
sobre tempestas e trovões,
o desejo de voar.
Abismada no herege coletivo,
abandonou-se do lado de dentro,
sonda pela fresta dos olhos.
Ainda confere o canhoto,
pressos absortos,
abusam do seu entender...
Ela só queria um pouco de sal,
para adoçar o mar,
de uma vida vã!
Arqueada,com o peso da cruz,
se benze em frente a igreja
de Santa Luzia...
Amassa o bendito canhoto,
Hosana em oração...
Ela queria Poesia!
Reginaldo
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