quarta-feira, 10 de setembro de 2014

"TEMPO A FORA"



Sobre a mesa, sobra saudade
em livros de poesia,
sobra alma só,
em voos rasteiros,
curto além do jardim.

Cheiro de relva,
na folha de inhame
água parada de chuva,
ele parado na janela
orvalhando o para peito.

Lembrança dos idos
doidos sentir,
apertado,
vontade de voar além das asas.

Os pés se arrastam,
levando um corpo cansado,
com cuidados de porcelana.

Toda vitalidade se fora,
a lisura da pela enrugou,
o espelho mostra o tempo e seu efeitos.

Não há problema,
os olhos ainda brilham,
ainda tem vida sob os escombros.

Ainda sente o odor das manhas,
o sol invadir a janela,
ainda tem Cecilia na mesa,
Manoel de barros,Drummond,
e outras paginas amarelas,
que sempre vem pro café.

Reginaldo

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