Pular para o conteúdo principal

                        Dia de Chuva
DIA EMBURRADO,SISUDO
MEIO SEM COR,DESBOTADO
DEIXA A GENTE PRA BAIXO
DIRIA ,ANGUSTIADO.
PARECE QUE CONTAGIA
ESSE TEMPO EMBRUSCADO
FAZ DA GENTE RECLUSO,
ESCONDIDO,AFASTADO.
O LIVRO VELHO AMIGO 
E COMPANHEIRO,JUNTA, 
SOMA E MULTIPLICA,
A REDE DE BALANÇO,
ACONCHEGA DE BRAÇO ABERTO,ALI EU ME LANÇO.
MERGULHO SEM PENSAR
NUMA VIAGEM INSÓLITA
SOMENTE,SOZINHO NUMA BUSCA
INSANA PELA LUZ QUE ME É NEGADA.
NO CAMINHO ,PERCEBO DE CANTO DE OLHO,
EXISTE VIDA ALI,CORES ,BRILHO,
MUITO CALOR E NÃO HA FRIO.
FLORES DIVERSAS,AROMAS E SABORES
SONS QUE BROTAM NÃO SEI DE ONDE
TRANQUILIZAM A ALMA CANSADA,
DESBOTADA PELO CONTAGIO COM TEMPO
EMBURRADO LÁ FORA.
DE REPENTE PARO
ESTASIADO,FRENTE A UM ENORME
E FRONDOSO CARVALHO,MADURO ,ALTO,IMPONENTE,
QUE SE DESTACA NA FLORESTA DENSA,LOGO ALI NA FRENTE.
É TANTO VERDE,DE TANTAS CORES,QUE OS OLHOS
PARECEM NÃO ACREDITAR,O SOL COM SEUS RAIOS ,
TRANSPASSAM AS RAMAS E FOLHAGENS
TOCANDO O SOLO MOLHADO COM UMA
DELICADA SUAVIDADE,PARECE ACARICIAR. 
QUE LUGAR É ESSE?
PERGUNTA SEM RESPOSTA, MAIS UMA NO VAZIO
SEI QUE NÃO TO MAIS ,NAQUELE DIA SOMBRIO
O SOL SE ARREGALA PELA VASTIDÃO
DESTA FLORESTA VERDE,VIVA.
ACHO QUE MINHA BUSCA NÃO FAZ SENTIDO
ESTÁ TUDO ALI,O SOL ,O BRILHO ,O VERDE 
ENFIM A VIDA.
AGORA UM SILENCIO PROFUNDO
DE PROPOSITO SE FAZ NOTAR, 
UM SOLAVANCO ABRUPTO
ME FAZ DESPERTAR ,O SONHO ACABOU,
DIA TAMBÉM,A NOITE TAÍ,OUTRO DIA
LOGO VEM ,MENOS DESBOTADO,EMBURRADO,
COM MAIS BRILHO E CALOR,CLARO,LOGO VEM...

REGINALDO

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Enfim...

      Dedico a vós o meu silêncio A inquietude abismada Dos meus versos Esses voos ora preteridos Deixo assim subentendido Em pousos dantes...Arremetidos.   Vasto é a amplidão Desse universo mudo Eximido de eco Ou retorno Onde o exilio É silente contuso.   Corto os punhos, Dramático, patético Suicídio poético Antes, porém, rascunho A sangue quente A dor corrente Na rubra tarde que cai Aos pés da noite eterna.   Não tenho asas, Nem pernas Nem plumas Ou penas Que sentenciam o fim No crepúsculo.   Há um último impulso Antes da queda Um último plano Ante o medo da escuridão. Respira afoito Um derradeiro pulso...   Não há mais nada Nunca houve,   Nunca esteve. Nunca foi... Não há mais tempo! Poema escrito Sobre areia fina, Só quem lê É o vento.   José Regi    

  Fé é uma planta frágil Regadas a gotículas De esperança. É acreditar no impossível, No imponderável, andar na contramão da lógica Da realidade e crer no invisível, na onisciência, No divinal.   Ter fé é cultivar a ingenuidade De uma criança, A fragilidade de uma mariposa no Entorno da luz. É entender possível Quando tudo Se mostra ao contrário.   Ter fé É pegar no rosário e pedir Como quem esfrega Uma lâmpada mágica. É não aceitar. É a negação de si Nas entrelinhas da sua Própria incapacidade.   É acreditar numa utopia Na poesia do inédito No remédio amargo No apelo ao vento Ter fé é orar em silêncio Durante um temporal... Ansiar desvios, Piquetes e atalhos Na estrada da vida.   É a dureza do chão A escassez do pão É o calo das mãos Ter fé é não ter explicação É se nortear pelo íntimo Se entregar a uma filosofia É sacrifício de vida Alienação, Aliança E Abnegação ...

Menino do olho azul

Jaz infanta estripulia. Ainda cedo corria pra rua o menino, Não sabia nada de limites E o mundo lhe era um convite a campear. Explorar além do horizonte Da janela da sala Da cercania entorno Da margem da velha estrada. Olhos azuis de céu Asas nos pés Era quase um semideus Com todos os seus “eus’ Ainda incubado De voos e sonhos. Cismas várias Não eximia os anseios, Havia de ser grande Já previa a cigana Que vendia engodos em troca de migalhas Na esquina da rua do centro. Desbravador solitário Num relicário de teimosia Esculpido a força No tempo. Jaz infanta estripulia Na sucursal de ontem Das gerais do sul... Hoje homem feito adulto Inventa versos como indulto Para proteger aquele menino do olho azul. José Regi