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"O LIVRAMENTO DE JOÃO NINGUÉM"


Indica o desvelar da retórica,
ludibriando o lirismo,
em rimas ensopadas de dor,
onde a prosa não encontra palavras!

Nos rabiscos que se seguem,
nota-se o trajeto acidental,
de caminhos mal traçados,
sem beleza...
marginal!

O enredo das páginas cheias,
escritos de um viver,
vai revelando as minúcias
de um fragmentado ser.

Atravessa a grande alameda,
sempre cercado de sombras,
sobras e escuridão,
só tem a si e mais nada!

História triste,sem Happy And,
não lhe fartou a sorte,
assim no fim da tarde foi como veio,
abraçado com a morte!

Aqui não teve espaço,
nem carinho,nem abraço quente,
por ser invisível,Joãozinho,
foi só indigente.

Descansa das agruras,das desgraças,
é mais um exemplo do desprezo,
que a seleção impôs,
uma cruz,uma cova e o livro se fechou!

O banco da praça vazio,
agora só na memória,
seu inquilino mais nobre...
Agora é livro de História.

Reginaldo

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