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Mostrando postagens de novembro, 2014

CALEIDOSCÓPIO (Auto-Retrato)

Sou eu aquela aquarela, aquela tela em branco onde o tempo chamusca cores. Sou um misto de desejos e delírios, de versos e avessos por traz da alquimia. Pinto o sete,o dia ,a noite, colho flores no deserto, que o vento sopra em mim. Sou pedaços de reflexos, pinceladas de tristezas,alegrias, sou um caleidoscópio. Sou a própria lei da reação, as vezes recebo luz, que decanto da escuridão. Sou fugitivo do caos, recolho das ruínas o bálsamo pra alma. Embalo com fita vermelha, selo com amor a embrolho da vida, espalho-me ao vento. Sou grato,amigo ,escorpião, sou careta,correto,amigável, por vezes céu,outras vezes chão. Sou veneno,sou peçonha, sou antidoto e cura, Sou ombro e rasteira. Sou homem bicho, tentando descifrar o bicho homem ainda que o tempo me devore! Sou uma incógnita da própria loucura, de Rembrandt,de Picasso,de Claude Monet, sou rabisco descolorido que jamais foi Pintura! Sou um apanhado de doçura ocultando alguns demônios, ob...

ANATOMIA

Deslizei por tua consciência, dependurei em teus coqueiros, pra beber lagrimas de cocô e vislumbrar a tua foz! Passei frente ao reconhecimento, invisível penumbra do amanhecer, sem odor no ar nem gosto em tua boca! Fui descendo tuas trilhas, tateando o teu mapa, eu bandeirante primeiro, a desbravar tuas matas. Sem desvios e picadas no limite da intuição desbravador solitário cheguei na base das colinas gêmeas! Terrenos acidentados buracos e seixos compõem tuas veredas e anunciam teu oásis. Uma área verde de grama macia, com frescor e sombras aconchegantes uma fenda entre deserto, um convite a tentação! Nômade andarilho, sem parada segui viagem até chegar aos teus pés e descifrar teus enigmas. No fim desta noturna jornada, refeito de consciência, acordei de um sonho ao lado segredos e mistérios. Toda esta loucura insólita, foi agrado do destino, este passeio insano era um corpo feminino. Reginaldo    

"SEDIMENTADO"

Costurou seu Hábito em tecido de lágrima, um colar de gotas! Sabia que a solidão era um barco ancorado na inquietude do medo! Por ser racional, não se viu louco, em teus silêncios. O tempo alfaiate, lhe costurou o destino, com água de orvalho. Desnudou-lhe o corpo, revelando a névoa que era, deixando sem arremate! Agora,choro de saudade, é conta de rosário, que o tempo faz secar. Adorno transitório, de passagem foi profano, em sagrado oratório! Como lagrima de dor, que embrutece o coração, não dissipou... Sedimentou! Reginaldo

"CHOVER"

Impávido, olha pro alto na busca do vento. Há um rio que deves atravessar, antes do abraço com mar. Desce dos montes, manso regato pra ser forte erosão. Levas águas e fogos, matos e morros para morrer no delta... Depois, voltar ser nuvem, voltar aos cumes. Gotas de poesia... Precipitar! Reginaldo

"SELVA DE PEDRA"

Hoje é o dia,o momento é agora, a porta do tempo se abre escrevo o que me sobra, um pouco do que se sabe. A história é bem simples, como que fosse lenda, mas é tão corriqueira, como coisa que se entenda. Havia uma selva de pedra, cor de concreto cinzento, terra não se sabia,não se via ou pisava, tudo era asfalto e cimento. Mas havia também um recanto, no meio da fortaleza, que atraia os olhares por seu fascínio e beleza. Era lindo este oásis entre as edificações, asas,arco-íris,flores e claridade, água fresca,uma praça,um banco, muita felicidade. Ali os pássaros em harmonia cantavam ao balanço do vento, enquanto os homens cegos, murmurações e lamentos. Naquele banco da praça, sentava por vez uns loucos, que cismava as vezes de recitar, poemas de outros...Poucos! Havia um naco de luz, arauto de outros dias, pois os pássaros dali, ainda inspiravam poesia. Afinal era uma praça, reserva de encanto e graça, onde toda aura clara emanada, dest...

"VOLTANDO A TERRA DO NUNCA"

Como coisa que tivesse haver com todos cenário, todo o entorno encanto, um canto ,um Relicário. Tem memórias frescas, no auge de meio século um punhado de minúcias guardadas no Baú. Muitas perguntas, poucas respostas que não quer saber, pois viveu! Quem nunca roubou goiaba por cima da cerca, nunca sentiu o gosto doce da traquinagem. Quem nunca correu descalço, no campo verde, jamais tocou nuvens com os pés, na grama macia do chão. Nunca dava ao tempo, motivo ou importância, jogava bola na rua, soltava pipa,rodava pião... Foi criança! Esperto,nadava no rio, fugia da escola, lá não ensinava felicidade, era feliz solto como passarinho gozando de liberdade. Era feliz,era menino livre, que hoje aprisionado aqui dentro, clama por molecagem. Cresceu,não queria é verdade, daquele menino,aquela inocência, ainda resta o doce da goiaba, o brilho dos olhos... Restou a essência! Sem maldade! Reginaldo

"SINAIS DO TEMPO"

O Tempo! Ah o tempo! esse apressado que disfarçado deixa seus rastros. Faz alterações nos dias ,nas horas, nas estações, em mim, em minhas emoções. O rosto sulcado serve de margem pro rio imaginário, as lagrimas desprendem dos olhos cansados. De olhar pelas frestas da vida que resta viver... O tempo! Ah o tempo! Esse que vai me levando, me fazendo virar... Saudade! Reginaldo

"PORTAS FECHADAS"

arroios circundam a ruína, o tempo fechado não abre, o corpo ferrolho. Tenho todas as chaves, guardo todos os segredos, no baú sonhos antigos, perdido entre as quinquilharias. Busco o portal , no vão do silêncio voo, inútil caminhar nas sombras, sobre os escombros de mim. tenho todas as chaves, de que vale tudo isto, se não encontro a entrada. Mas ainda guardo segredos, que me salvam, da revelação. Estou só de passagem, vou pegar água fresca e seguir...! Reginaldo

"ÍCARO"

Deponho as asas.........., ..............suponho o pouso......,                              ..........me ponho em sonho.......!                                                                                                                                                                                                                                ...

"CHEIRO DE CAFÉ E VIDA"

Tem cheiro de candeia fumegando, um cheiro ardido de doer os olhos, levanto olhar sobre o distante, é lá na casinha do terreiro, de onde vem o tal cheiro. Ainda meio tonto, não refeito por inteiro, vou caminhando, cabelos espatifados, o rosto amarrotado da noite de sono bom. Outro aroma invade as narinas, ao aproximar do fogão a lenha, então lavo o rosto na bica, os olhos se aguçam e o aroma de café fresco me abraça. Rosca,broa de milho, bolão de fubá, leite da mimosa fervido, mesa posta e o sol sentado a me esperar. Amanhece na roça, o dia sempre apressado toma seu café e segue agitado pra não perder a hora, o vento sopra sem rumo, as flores ainda orvalhadas se secam ao sol da manha, vou despertando aos goles de café com leite. Os passarinhos fazem algazarras, alaridos e sons diversos, as galinhas,os bichos soltos, os gatos e cachorros correndo, a vida enfim desperta. Sigo pra lida,pra luta, com a essência do simples, sem grandeza no sonho, ...

"SILHUETA"

Era tarde,chovia muito, as águas bravias passavam ligeiras, levando aos trancos meu barco de papel! Era tarde pra ver o céu coberto de nuvens negras, e os olhos eram chão! Era tarde,quando ela veio do desespero, toda molhada e escorrida, buscar guarida em meus braços. Era tarde e o sono boêmio, ainda na saideira, era cedo pra dormir! Mas...embora tarde,era tempo de sobra no tardar da madrugada, para amar...! Da chuva,só se ouvia a musica, do silêncio os sussurros ladinos, era um entrelaçar de pernas...Nunca tarde! A silhueta hipnotizava os sentidos, incólume aceitava as carícias era pura sedução. Então lá pelas tantas, o ápice na porta do paraíso, um trovão mais raivoso... Os olhos só captaram a luz do estampido,depois o quarto vazio e a solidão morrendo de sono! Reginaldo

"LIQUEFEITO"

Um vento, uma brisa, alma em elevação! Um sopro, uma gota, Evaporação! Desejo flerte, Sublimação! Sou Eva, sou amor renascimento e purificação! Sou destino, sonho, neblina e dissipação! Sou relva fina da manha, sou orvalho úmido, que vai indo embora... Ao sabor do tempo ao prazer das horas sem precipitação! Reginaldo

"O LIVRAMENTO DE JOÃO NINGUÉM"

Indica o desvelar da retórica, ludibriando o lirismo, em rimas ensopadas de dor, onde a prosa não encontra palavras! Nos rabiscos que se seguem, nota-se o trajeto acidental, de caminhos mal traçados, sem beleza... marginal! O enredo das páginas cheias, escritos de um viver, vai revelando as minúcias de um fragmentado ser. Atravessa a grande alameda, sempre cercado de sombras, sobras e escuridão, só tem a si e mais nada! História triste,sem Happy And, não lhe fartou a sorte, assim no fim da tarde foi como veio, abraçado com a morte! Aqui não teve espaço, nem carinho,nem abraço quente, por ser invisível,Joãozinho, foi só indigente. Descansa das agruras,das desgraças, é mais um exemplo do desprezo, que a seleção impôs, uma cruz,uma cova e o livro se fechou! O banco da praça vazio, agora só na memória, seu inquilino mais nobre... Agora é livro de História. Reginaldo

"AS MARGENS DO ENCANTAMENTO"

O peixe soube-se rede, quando se viu fora d`água, perdido entre pernas e escamas. Perdeu-se na heresia, ao perceber sobre areia, uma canção doce sereia. Fez-se homem, para domar a bela sob a colcha de mar. O tempo se faz vento brisa encantamento, maresia e relento. Onde o homem soube-se refém dos encantos, virou sonho no sono dela. Adormeceu a margem, do mar,quando só queria Amar, na calmaria. Jose Reginaldo Da Silva da Silva

"PERCEPÇÃO"

Por ter a alma inquieta, as mãos nervosas, uma ânsia louca de falar dos meus silêncios, quis estar em versos inversos ao claro do dia, em rascunhos tortos, pensos de pensar latente, ardência de espirito, que flutua em asas de mariposas, no lume inebriante da lua cheia, engolidos de escuridão, neblina densa, amanhecer úmido, olhos de buscar lá dentro, o que falta cá fora. Noites distintas, dias que se diferem, cores em cinza, tons negros de azuis, no fim,papel e caneta, vela acesa e luz, outra vez me reverto em demasia, em versos doces ,colhidos nos canteiros da poesia. Graças a Deus! Jose Reginaldo da Silva

"LEVEZA"

Contra os fartos fardos...Fada, contra todos os azares...Asas, contra os pesadelos...Sonhos. Para toda escuridão dos claros dias... O som do silencio e a luz da poesia. Jose Reginaldo Da Silva da Silva

"CONTATAÇÃO"

Viajo... Quando o sol vaga solitário na imensidão do teu buscar azul, tentando ouvir o silencio da tarde. Percebo...Aqui dentro, no meu mundo invade o peito, uma névoa densa,incomum! Aí... Não tem jeito, é meu defeito voar no céu do teu pensar. Enfim... Sereno me vejo pousado, nos galhos do teu silêncio, no vermelho dos teus olhos cansados de chorar o azul do mar! Jose Reginaldo Da Silva da Silva

"AH! O AMOR!"

É um chamado,um clamor! Um pedido de atenção, uma chama que arde. É uma dor invisível, não plausível, sentida á flor da pele. É uma flor em bulbo, que pelo deboche do tempo, pode não desabrochar. É uma semeadura, por vezes em desertos inóspitos de areias e securas. Pode ser tanta coisa, que minha percepção não capta, sentido nas entrelinhas. No fragmentar dos dias, no quebrar das louças, no soprar do vento! Pode ser pedra dura, água corrente sedenta, poeira de incomodar os olhos! Ou só Amor!

"PODE SER BELO"

Por ser chuva, densa nevoa, úmido olhar... O amanhecer pode ser, sem querer, de encantar. nasce antes do sol, abre alas , arrebol. Abraça o dia que chega, aconchega nos braços dela. Desperta devagarinho, depois do cinza,tão bela. Por entre o mato penumbrado, onde o verde é renegado...A Vida! Que vem pulsante,intrépida euforia, arauto de boas novas,liquida Poesia! Jose Reginaldo

"SOB AS BENÇÃOS DE ESCORPIÃO"

Hoje tem festa, abre-se uma fresta, nas arestas do tempo, é o ritual de passagem onde fecha-se um ciclo! Nota-se no horizonte, resquícios de mistérios, vai dissipando o inferno astral, algo similar no ar convida para voar sobre os abismos no vão do rito do escorpião. Todo veneno e tirania, que ao vento se jogaria, é a poção dos teus internos conflitos, onde guarda pra si a rebeldia, onde Destila,decanta... Desnuda-se e encanta de repente a todos! Com lirismo e poesia. Reginaldo Com imenso carinho para aniversariante TaniaContreiras Arteterapeuta

"ARREMATE"

Finalizando o esboço, meio anjo,meio tosco, no transmutar das horas, as sombras me apavoram. Vejo no arco do silêncio, os murmúrios do meu ego, são meus os gritos em vão, os pego e não os nego. Sigo a trilha da solidão cercado de luz efêmera, traço um risco em reta oposta, rabisco entre impressões. Nada tento esconder nesta obra inacabada, é só sensação de vazio, ilusão e assinatura. Rascunho de próprio punho, onde sofrer evidencia, viver é circunstância e morrer é profecia! Que não se cumpra já que felicidade não se deu, morrer fica adiado, enquanto bater este peito meu. Pulsa...pula a pausa, morrer não está no plano, onde viver é a causa. sigo causando! Reginaldo

"FONTE DAS TORMENTAS"

O poema é água parada, é o tempo onde sopram palavras, passado,futuro e presente. É brisa que não se sabe vento, é pássaro pousado,dormente. Não se ouve o ruído...Se sente! Reginaldo

"CONTO DE FARDOS"

Cinderela,saiu correndo, da fome,do frio e da rua, foi se despindo do que a cobria, chegando a ficar nua. Cinderela é uma incógnita, um misto de muitos nós, que entre a hipocrisia geral, abandonada esta só. Cinderela fugiu,antes da meia noite, deixando pra traz resquícios de adeus espalhado, não espera que a encontre pra este mundo, mais um príncipe encantado. Cinderela saiu do mundo cruel e real, escondeu-se na névoa do amanhecer, cansou de ser fantasia resolveu acontecer. Pobre da Cinderela, perdeu o encanto da história, perdeu até o sapato velho amigo de trajetória. Esperava aqui um final feliz, como na historia alarmada, perdeu a esperança... Não acredita em contos de fadas! Reginaldo