domingo, 27 de dezembro de 2015

Descarrilando


Em construção
Do barro sujo
Ao monumento
Entra na embarcação.

Formigas roem
Migalhas caídas sem tempo
Dos transeuntes
Que sem destino vão.

Aos pés da serra apita
O trem que parte aos recônditos
De uma procura
Longe da praça dos olhos.

Leva  consigo o choro
Que não escapou
E o lenço inútil
Para limpar os óculos.

Artista oleiro
Procura as margens da vida
A matéria prima
Que ainda não moldou

Neste desterro insólito
Nos desertos afins
Constrói castelos de areia
Que o vento faz ruir

Mas cultiva esperança
Guardada de criança
Que ha um rio
Em algum lugar.


JOSE REGI

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