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Solidão não é estar só, é estar vazio.

 



 

 

E foi no silêncio

Que encontrei,

Minha paz guerreira,

Entre trincheiras

Cavadas a dedo

 

Foi ali que enlouqueci

Ao som de um quase nada

Margeando a esmo

A estrada

Desse vazio

 

Foi assim a epopeia

A desventura absurda

Num abraço imaginário

Que entendi o sentido

Da solidão

 

Encontrei a mim

Perdido entre o jardim

De inverno, onde

Um frio quase terno

Aquecia as ausências

 

Não havia um sussurro

Nem frases gritando nos muros

Palavras de ordem anarquistas.

O que havia, era mudo,

Sobretudo cego e surdo...

 

Havia a essência reverberando

Águas paradas,

Refletindo sombras

E no espelho

Um sorriso outro

Que não esse de agora,

Esboçava contentamento.

 

A procura acabara

Findara a jornada

A passagem pênsil

Indicava fim.

Enfim...O silêncio.

 

José Regi

 

 

 

 

 

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