sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Dias frios

 



 

Recolhe asas

Se fecha em gaiolas

Um livro do Leminski

Um café quente

E na mente um desejo...

Hibernação.

 

Hibernado decanta

Um cheiro vindouro

Esperança de cores

Degusta outros sabores

Entre o verso e o reverso

Da página seguinte...

Sabendo tem teto

Para um voo seguro.

 

Em dias frios

Se encolhe fetal

E na solidão do silêncio

Um colo é anseio.

Nem uma palavra

Apenas o olhar

Discursando afeto

 

Uma vontade de abraço

Da juntação

Da companhia

Na poesia do tempo,

Que deixa saudade

Pendurada na parede,

Em preto e branco

 

Pretéritos

Presentes na ausência

Real sentida

Falta luz para as sombras

De agora,

Sol para esse dia frio...

Enquanto sobra

Silêncio e espera.

 

 

José Regi

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

MEDOS E ENCANTOS

    Tenho medo daquilo que conheço, dos buracos por onde andei, dos passos e rastros deixados nos medos que descartei. Que o mundo me ...