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Erupção

 



 

Teus olhos azuis ensolarados

Acendem o luzeiro,

Exala calor teus desejos vindouros

Para o espelho que lhe nega um sorriso

 

Assina no vidro embaçado do box

Um verso explicito de escárnio,

Água fria do banho não abranda

O incêndio interior que ferve

 

Volúpia em carne viva

Dedos ávidos aventureiros

Gemidos suprimidos

Num gozo quase silêncio

 

Tua solidão suscita fuga

Teu desejo rompe gaiolas

Efêmeros oásis

Possibilitam o voo solo

 

Onde desagua por inteiro

Teus rios de lava

Onde lavas a alma

E volta a sonhar.

 

José Regi  


 

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