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Mostrando postagens de 2017

Claustro

A menina vestida de céu Procura uma rota de fuga Longe que seja ao léu Ou para onde ninguém se conjuga Espera romper as barreiras Que lhe roubam o infinito E assim abrir a clareira Para seu voo mais bonito Voar para dentro de si,amparada Na imensidão do desencontro Que lhe fora morada Sem temer a noite escura despir das vestes Com asas alforriadas Onírica Loucura. José Reg

Translúcida

Ela mergulha no lago da Iris Silenciosa submerge sem rebojo Sabe da sombra do arco-íris Segredado no fundo do estojo Não revolve uma marola Sob a galha seca do tempo Sua sutileza até consola A falta de voo do pensamento. Ela rompe com escuridão Cheia de si inventa caminhos Pela rota sinuosa da contra mão. Desfila sua exuberância quando flutua Na crista do lago insone que mostra A nudez luzida da Lua. José Regi

A HISTÓRIA DE BELINHA

A minhina é bela frô A disfilá sua formusura, Inocente num sonha amô Ainda é cedo pressas frescura. O vento espaia us cabelo dela... Laço de fita vermeia, na oreia uma frô de ipê, amarela Ela perambula pela vila Bela de feitiço dobrado Corre solta iguá passarinha Sem sabê o que tá guardado. Corené cúbiça a frozinha Para adorná seu jardim, Mais qué ela suzinha Nem mais um Passarim. Coroné é homi poderoso Consegui tudo qui qué, Cismou com a pobre minhina Pra se sua muié. Frozinha bela num sabe Das mardadi dos grandão Por isso fica a vontadi Sem guarida e proteção. Corené Faustino Bode veio sem vergonha, Já traçou o desatino De fazê pesadelo do sonho. Os pai,dela gente humirde Num tem cumo risisti, O dinheiro compra tudo Num adianta divergi. Feiz dizesseis primavera A lorinha frô belinha Sem sabê o que espera O finar dessa linha. Um dia seu pai chamo, Belinha vo ti conta Ocê já é moça criada E pricisa de casa. Coroné é homi bão Viúvo e sem herdero Me pidiu a sua ...

Princípio Ativo.

Era pra falar de amor, sem dor, sem odor. Amor insípido, puro de carne sem toque, Verbo virginal como o amanhecer de amanhã Que ainda não sentiu a lascívia do sol. Era para ser, sem ter num plano etéreo Platônico. Imaginado vivo como corte indolor. Era pra ser amor e mais nada Neste delirar nefasto que me consome. Mas que amor é este que faz sofrer Que faz do homem criança arredia e chorosa Pelos cantos da vida, pelas vias da solidão. Que mundo é este que não tem cor? O que fizeram com a nobreza deste sentimento? Arrancaram o jardim das flores e meteram cimento Roubaram o encanto do azul, pintaram de cinza. O imenso manto,descoloriram o firmamento. As ruas estão cheias de distâncias, sem sorriso. Sem cortesia, sem nada e sem poesia. Inventaram a loucura, as doenças sem curas. Desertificaram os oásis... Secura. Não deixaram respostas, nem mapa, nem rota. Impuseram a escuridão e roubaram a luz do fim do túnel Apagaram o farol que Luzia o caminho Cortaram a última rosa e d...

Tributo a meu berço

Existe um pedaço de chão sagrado no topo da Mantiqueira Um misto de Olimpo, Babilônico refúgio de Deus até, Um recôndito de Paz, harmonia e de gente ordeira. Neste pedaço de paraíso o qual Chamam Maria da Fé. Aqui o céu beija a terra encurtando as lonjuras Tudo são calmarias e belezas em suas ruas de pedras, A natureza aqui rompe com todas as conjecturas Onde as noites escuras nunca são trevas. Os deuses habitam nas tuas alturas As crenças laicas respeitam-se em suas sendas Num elo harmônico sem rupturas. Maria da Fé, o que te tornas diferente, Ante as demais localidades adjacentes... É o bucolismo ingênuo e carinhoso de vossa Gente! Jose Regi

VOU INDO FICANDO

Por entre os carros que passam E a pressa sem graça do tempo... Envelheço! Do viço da manhã de ontem Ao hoje ainda tardio para o incerto... Desço! Cada vez que uma folha cai ante ao ar parado sem vento E inventa um renascer... Estremeço! Entre os carros que passam E a pressa sem graça do tempo, embora partindo... Permaneço! Jose Regi

O que é a morte afinal?

A Morte não é nada. Nada além de um estreito caminho Por onde só se passa um de cada vez. Ela é um alento pra quem vai E um tormento pra quem Ainda não cruzou o portal Ela nos faz recolher Na plenitude do ser, O quão insignificante somos. Semeadora de saudade Faz regar com lágrimas A partida sentida. Nesta ora de dor, Pedimos força ao senhor Para suportar. Ele foi a maior prova De que a morte não vence Quem na fé dele adormece. Fica latente a dor como corte na pele Que cicatriza pelo amor Daquele que nos rege Para nós que ficamos saudosos Resta a saudade boa e a esperança De um breve reencontro. Pois até cristo morreu um dia Para agonia da morte Ressuscitou. Provando que a morte não é nada, Nada além de um caminho estreito Por onde só se passa um de cada vez. Jose Regi