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Poema para instante agora



 

No condicional...

Não tem que ser assim superficial

Essa aventura eventual

No tempo de um temporal

Que caiu no fim

Da tarde de ontem

 

No condicional...

Há que se ter o mergulho

No abissal sentido pleno

O respirar terra molhada

Dá sensação de estar aqui

Embora em viagem

Insólita ao seu interior.

 

No condicional...

Cada toque

Cada cheiro

Cada gosto

E em cada olhar

Um filtro maxificador

Para cada micro sentido

 

Ter no condicional,

Alegrias aleatórias

Sorrisos espontâneos

Sentir-se bem

Na simplicidade do instante

Ante a complexidade

Vital que faz a roda girar.

 

No condicional...

Regar as flores

Atenuar as dores

Sentir os sabores

Nos estertores da vida

Enquanto respira esperança

Aquela criança teimosa

De ontem.

 

José Regi

 

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      Dedico a vós o meu silêncio A inquietude abismada Dos meus versos Esses voos ora preteridos Deixo assim subentendido Em pousos dantes...Arremetidos.   Vasto é a amplidão Desse universo mudo Eximido de eco Ou retorno Onde o exilio É silente contuso.   Corto os punhos, Dramático, patético Suicídio poético Antes, porém, rascunho A sangue quente A dor corrente Na rubra tarde que cai Aos pés da noite eterna.   Não tenho asas, Nem pernas Nem plumas Ou penas Que sentenciam o fim No crepúsculo.   Há um último impulso Antes da queda Um último plano Ante o medo da escuridão. Respira afoito Um derradeiro pulso...   Não há mais nada Nunca houve,   Nunca esteve. Nunca foi... Não há mais tempo! Poema escrito Sobre areia fina, Só quem lê É o vento.   José Regi    

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