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Mostrando postagens de setembro, 2022

Sorriso em branco e preto

  Uma foto guardada daquele dia feliz Entre abraços e afagos o tempo sorria E o amor enfim via a luz romper a raiz Para dar sentido real e nquanto partia   Queria um verso intenso que falasse de amor Uma poesia, uma trova ou qu içá um soneto Algo que destilasse, decantasse e aliviasse a dor E espalhar cor neste sorriso em branco e preto   Hoje lembro olhando aquele retrato, Do sentimento que nos abarcava Um tanto real e um muito abstrato   Naquele dia a o findar da tarde o adeus Você se pôs qual sol , antes que a noite Escurecesse de vez nos olhos meus.   [José Regi]

No trem da vida

    Aprender lições com tempo Com o vento do outono. O que não se pode levar Deixar a margem das vias     Pois todo excesso é sobra E peso extra impele o voo, Tapa a visão para o limite Do além horizonte   Viver é verbo em tempo E conjugação A vida é substantivo desse Presente   Ao criarmos calendários Invertemos a lógica, Subvertemos a razão E nos fragmentamos   Nesta feita, impusemo-nos A pressa desnecessária Para o gozo dessa viagem Só de ida.     José Regi        

Temporã

      Flor de trepadeira Não depende de estação Basta lhe mostrar o céu Que ela sobe em direção Toda vez que ela floresce Tem no campo uma explosão   Forrageiras, campineiras Flor de encostas e ribeirão Espalhadas pelos olhos Causa espanto e comoção Pois no embalo da candura Flores brancas se depuram No vergel a imensidão   Para semear silêncio É preciso precisão Um pedido incontido Ao deus da dissipação Vento tempo de outono No venal da hibernação É preciso paciência No sentido e essência Para ouvir tanta canção.   José Regi    

Tempo aberto lá fora

      Toda escuridão Absorver Sorver o silêncio E hibernar Para o tempo Dar asas   Há um desejo de fuga Na interiorização Saltar dos penhascos Ignorar a dor Desfazer da morte É entrega e desencontro   Cada amigo que silencia Cada ausência na foto É um sol apagado Um sorriso faltando Um legado, Uma lacuna   Aquele abraço adiado O eu te amo não dito Causando conflito Com a paz falseada É um maldito dilema   O poeta não sabe falar Da morte, Sem molhar o caderno, Sem borrar o poema Que inutilmente Tenta florear os adeuses Mal digeridos.   Seus olhos de mar De azul intenso É um fractal De ilusão Escondendo temporal.   José Regi      

Dias frios

    Recolhe asas Se fecha em gaiolas Um livro do Leminski Um café quente E na mente um desejo... Hibernação.   Hibernado decanta Um cheiro vindouro Esperança de cores Degusta outros sabores Entre o verso e o reverso Da página seguinte... Sabendo tem teto Para um voo seguro.   Em dias frios Se encolhe fetal E na solidão do silêncio Um colo é anseio. Nem uma palavra Apenas o olhar Discursando afeto   Uma vontade de abraço Da juntação Da companhia Na poesia do tempo, Que deixa saudade Pendurada na parede, Em preto e branco   Pretéritos Presentes na ausência Real sentida Falta luz para as sombras De agora, Sol para esse dia frio... Enquanto sobra Silêncio e espera.     José Regi  

Temporã

      Flor de trepadeira Não depende de estação Basta lhe mostrar o céu Que ela sobe em direção Toda vez que ela floresce Tem no campo uma explosão Forrageiras, campineiras Flor de encostas e ribeirão Espalhadas pelos olhos Causa espanto e comoção Pois no embalo da candura Flores brancas se depuram No vergel a imensidão Para semear silêncio É preciso precisão Um pedido incontido Ao deus da dissipação Vento tempo de outono No venal da hibernação É preciso paciência No sentido e essência Para ouvir tanta canção.   José Regi

Solidão não é estar só, é estar vazio.

      E foi no silêncio Que encontrei, Minha paz guerreira, Entre trincheiras Cavadas a dedo   Foi ali que enlouqueci Ao som de um quase nada Margeando a esmo A estrada Desse vazio   Foi assim a epopeia A desventura absurda Num abraço imaginário Que entendi o sentido Da solidão   Encontrei a mim Perdido entre o jardim De inverno, onde Um frio quase terno Aquecia as ausências   Não havia um sussurro Nem frases gritando nos muros Palavras de ordem anarquistas. O que havia, era mudo, Sobretudo cego e surdo...   Havia a essência reverberando Águas paradas, Refletindo sombras E no espelho Um sorriso outro Que não esse de agora, Esboçava contentamento.   A procura acabara Findara a jornada A passagem pênsil Indicava fim. Enfim...O silêncio.   José Regi