Pelo vão entre os botões,
escorrem as mãos lépidas e sorrateiras,
querem tocar a intimidade guardada
sem macula do amanhecer.
Desperta menina,recém mulher,
ainda não sabe o que quer,
perdida entre os abutres.
Aceita o assedio do vento
que lhe sopra caricias,
invadindo teu corpo,
templo intacto da ingenuidade.
Não quer violação,
nem porta arrombada,
implora por um amor que entre
de fininho...Mas que bata,
e limpe os pés no tapete da soleira.
Sonhadora,absorveu a suavidade,
apesar da pouca idade,
só deseja ser feliz,
um dia de cada vez,
antes de cair o silencio,
perto do final da tarde.
Encontrar na boca da noite,
o beijo mais doce que houver,
do amargor da escuridão,
ao mel que permeia as trilhas do encoberto.
Então abrir a blusa,
aquela dos botões que não se fecham,
romper com a insensibilidade das mãos invasoras,
se entregar sem resistência ao toque sutil
e permissivo do amor.
Reginaldo
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