Pular para o conteúdo principal

"CHEIRO DE CAFÉ E VIDA"


Tem cheiro de candeia fumegando,
um cheiro ardido de doer os olhos,
levanto olhar sobre o distante,
é lá na casinha do terreiro,
de onde vem o tal cheiro.

Ainda meio tonto,
não refeito por inteiro,
vou caminhando,
cabelos espatifados,
o rosto amarrotado
da noite de sono bom.

Outro aroma invade as narinas,
ao aproximar do fogão a lenha,
então lavo o rosto na bica,
os olhos se aguçam e o
aroma de café fresco me abraça.

Rosca,broa de milho,
bolão de fubá,
leite da mimosa fervido,
mesa posta
e o sol sentado a me esperar.

Amanhece na roça,
o dia sempre apressado toma seu café
e segue agitado pra não perder a hora,
o vento sopra sem rumo,
as flores ainda orvalhadas se secam ao sol da manha,
vou despertando aos goles de café com leite.

Os passarinhos fazem algazarras,
alaridos e sons diversos,
as galinhas,os bichos soltos,
os gatos e cachorros correndo,
a vida enfim desperta.

Sigo pra lida,pra luta,
com a essência do simples,
sem grandeza no sonho,
aqui tenho tudo que preciso,
água corrente e nos olhos,
na roça a vida acontece...

Desde o amanhecer
até quando anoitece!

Reginaldo

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

  A Fé é uma planta frágil Que se rega com gotículas De esperança. É acreditar no impossível, No imponderável, É andar na contramão da lógica, Da realidade É crer no invisível, na uniciência No divinal.   Ter fé é cultivar a ingenuidade De uma criança, A fragilidade de uma mariposa Entorno da luz. É entender possível Quando tudo Se mostra ao contrário.   Ter fé É pegar no rosário e pedir Como quem esfrega Uma lãmpada mágica. É não aceitar. É a negação de si Nas entrelinhas da sua Propria incapacidade.   É acreditar numa utopia Na poesia do inédito No remédio amargo No apelo ao vento Ter fé é orar em silêncio Durante um temporal...   Ansear desvios, Piquetes e atalhos Na estrada da vida. É a dureza do chão A excassez do pão É o calo das mãos   Ter fé é não ter explicação É se nortear pelo intímo Se entregar a uma filosofia É sacrifício de vida Alienação, Aliança E A...

"Travessia"

Sobre limo e musgo, das pedras do caminho se prende as fendas... Escondido do sol, na umidade do orvalho, sobre as folhas mortas... Agora é todo sub-mundo, baixo,rasteiro, és sobra de sombras! És resquício de escuridão, que não amanheceu, aquele sono mal dormido! Aquele grito tolido de apelo,impedido de soar, sob o silêncio dos olhos... O choro seco de fome, o romper da calmaria, o barulho,o trovão e céu cinzento... És aquele pássaro sem canto, sem voo,sem asas, sem encanto! Sendo assim, és tu e mais nada aquele brilho opaco. Aquela lagrima de chuva que escorre pelo frio da pedra, pelo veio,pelo friso. Pelo crivo da luz e das trevas, onde o corpo deixa escapar o pouco da alma... De novo rescende o cheiro de madeira velha molhada. A Hipocrisia banha do esquife repouso final, depois da ultima chuvada! Uma pedra sob o terra é todo feudo que lhe resta de memoria, a parte que lhe cabe neste latifúndio! Jose Regi Poesia
"O Semeador" Eis que abriu,ABRIL, com ele esperança nos dias que virão em novos desafios. ABRIL-se outra etapa no tempo tomara não como o vento que sopra e leva pra longe sonhos e argumentos. ABRIL ,portas e janelas deixando o sol entrar clareando as idéias permitindo sonhar meus versos são simples não tem palavras bonitas a beleza esta contida talvez com pouco de frio. mais vai aquecer pois o dia esta claro o sol brilha no alto e o tempo ABRIL. ABRIL e não vai fechar sem renovar a esperança sem que vençamos o rancor de semeaduras sem exito no canteiro do tempo vamos começar de novo semear com ardor para colher somente no jardim da vida AMOR. afinal o tempo de semear...ABRIL. Reginaldo