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"OBSERVAÇÕES PROFUNDAS DE UMA SUPERFICIALIDADE"




Desfaço dos meus apegos,
uma caneca de café,
uma taia do bolão de fubá,
um banco vazio
e o convite do sol.

Venho pro tempo,
abraço o sossego,
recebo o amanhecer,
do dia que vai acontecer,
ali na calçada.

Bom dia pra todo mundo,
sorriso de graça,
em frente a velha praça,
a cerejeira adorna com graça,
e não disfarça  beleza,
se mostra por inteira.

Desperta a vida,
os pássaros cantam
depois do galo,
o viço do verde
em volta da casa
ainda orvalhado
pelo choro da madrugada
que não queria ir embora,
recebe os primeiros raios de sol.

Passa apressado pessoas
em frente aos olhos,
não percebem as minucias
na busca inevitável pelo ter,
pelo de comer,
não percebem a fome de ser.

Feliz no banco vazio,
espio,olho e vejo,
coço o queixo,
penso...Cadê o calor,
do papo,da conversa
e da prosa dos anciões ?

A calma aqui do interior,
está agitada,
talvez contaminada pelo vírus
da selva de pedra,
que apressa e cega,
embrutece e entorpece a alma.

Que droga!!!

Não se olha no olho,
estão todos imersos neste molho,
por isso me recolho,
colho da sensibilidade
e tranquilidade retórica imutável,
do dia que passa lento,
do amanhecer e anoitecer,
sem pressa.

De novo deixo o banco vazio,
sigo pro meu recanto,
ainda cheio de encanto
com o cantar da vida.

Até a despedida minha,
serei como a andorinha,
que voa por estreitos espaços,
mas volta pro ninho,
saudosa e grata,
pelo pousar suave e restaurador!

Sem perder a essência,
o colorismo,
o prazer de voar,
imune sem se contaminar,
abraçando a vida a cada despertar,
sem receio de viver...

Nem de amar!




Reginaldo.

 


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