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Mostrando postagens de abril, 2015

"Calmaria"

"Onde não tem amor... In-venta, o ar parado ventila-dor!" Reginaldo

"Campo santo profanado pela chuva matinal"

...deixa ver depois do amanhecer, ali um chumaço de nuvem branca, acinzentando com sombras o olhar lá da varanda... Chove cachoeira para além das arvores, do mato longe... Sente o respingo fresco de eucalipto lavado. Ah... seu deserto agora finda, a secura escorrerá pela soleira, invadira as galerias pluviais... O Plural das suas inquietudes impar, encharcará toda vã singularidade, brotará enfim poesias com a chuva... Seus olhos molhados incontidos, de Amargar-idas,amargar-vindas, despedidas! Ainda está aqui,pra cuidar do jardim tem muita praga nos canteiros, pela falta do jardineiro! Reginaldo

"PROFANAÇÃO"

O Amor desliza pelas curvas, entra em desvios, serpenteia por atalhos, afim de beber água pura! Depura do escuro do quarto, filtra,decanta, turva-se em mistura na beira da bica! Pisa o sagrado portal, uma fresta entre fendas, adentra sedento. O Amor não bate a porta, não vira as costas não dá sopa pro asar! O Amor é a própria água, liquida a invadir os espaços onde a solidão alojou. O Amor é meio caminho, entre o a raiz e a flor, estrada de espinhos! É lago raso e fundo é silhueta de fogo, é eterno e efêmero... Gozo! Reginaldo

TALVEZ AMANHA,TALVEZ!

Uma anciã, ansiava pelo amanha, dos idos de seu passado!! Sentada a margem da partida, ainda via distorcido um resto de pôr do sol. Havia ainda quente, no paladar do café sobre a língua, um naco de vida! No brilho do olhar que voava pra distante de agora... Uma recém nascida, busca a chave do portal entre suas quinquilharias!!! Reginaldo

"PARALELO REAL"

Bom aqui me vou, ora do pouso, foi bom o voo... Mas tenho que caminhar um pouco, o mundo está cheio de loucos, vou pegar meu chapéu e os óculos, a bengala pra afugentar nos cachorros... Tá frio lá fora, melhor colocar minha capa de normalidade, fingir sanidade! O mundo é louco, que vai me consumindo aos poucos, tentando aparar minhas arestas... O mundo é bom! Eu é que sou poeta, assim a fantasia está completa! Reginaldo

--------Dês-borboletar--------------

Saiu do supermercado, cabeça baixa, semblante pesado... Lia atenta o canhoto da compra, era Ela e o maldito papel, que não entravam em acordo! Uma figura emblemática, que vai se despindo de normalidade! Com uma estampa in-convencional, aos olhos do igual, vai se  dissolvendo no tempo. Ela não tá nem ai pro que pensão, a dialética segue sozinha, entre Ela e o canhoto... Aquela obra,Ela, anda a sombra dos teus  silêncios! Atormentada,segue seus passos, refletido nas poças, Ela,velha menina moça! Velha ruína,por traz da menina, a moça é obra pronta em desconstrução! Mas ecoa em seus salões, sobre tempestas e trovões, o desejo de voar. Abismada no herege coletivo, abandonou-se do lado de dentro, sonda pela fresta dos olhos. Ainda confere o canhoto, pressos absortos, abusam do seu entender... Ela só queria um pouco de sal, para adoçar o mar, de uma vida vã! Arqueada,com o peso da ...

------Passageiro de algum trem-----

Um trem chamado Tempo, vai passando estações, inverno,primavera nos outonos de verões. vai levando meu fardo diário, embarcado corpo vazio, deixando a alma de fora dos trilhos... Assim descarrilados, sou pássaro de passado, que o presente embalsamou. sou um resto de viagem que o trem abandonou, o tempo esgotado que o poeta rabiscou, sou avesso do verso,reverso,contrário, sou só contravenção. Ampulheta descerrando areia, constante e intermitente, sou aquele sopro vida forte ventania por sorte... Meu trem ainda não chegou ao seu norte... Mas segue firme, apitando, fumegando, aliciando o medo inútil da Morte! Reginaldo

Olhos de ver além...

Em cada parada, uma estação, em cada vento um outono, em cada sol outro verão, em cada flor que prima vera, a verdade não inverna, esta são as minhas voltas, minhas idas e vindas, ao ponto de partida, desta vida, antes que se finda os trilhos desta lida, meu trem vai aquarelando em pinceladas cinzas o dourado do entardecer. Sem jamais ofuscar o verde do viver, o orvalho do amanhecer, a vontade de ser, mais do que ventos sazonais, sou fumaça de um tempo, carregado de saudade, meu alento é sabedor, que a dor não e perene, nesses trilhos do destino, segue aqui este menino, com a cabeça pra fora da janela do vagão, busca ainda adiante, avistar nova estação! Reginaldo

"VOO PRESO"

Quando pedras voam, é impulso de menino, é bodoque,é estilingue é lançar-se ao destino... É dor no peito do passarinho que não pode mais voar, pousa triste sobre o chão, seu olhar depurador! Pássaro de chão, que perdeu asas pro menino, com o bodoque nas mãos. Agora canto de estimação, Preso em gaiola sem porta, o mundo é sua prisão! Alma de silêncio, grito sem eco ação, sem efeito. Seu defeito foi desaprender voar! Pobre desatino, era voo pleno o passarinho, se desfez das asas pela pedra do menino! Reginaldo

"SONHOZINHO"

Anti amanhece lá no ninho, morador do fim do mundo o Menino-Zinho,vai do sonho ao pesadelo no instante de um segundo. Um café amanhecido com pão murcho mal dormido, pra barriga não chiá, vai decendo o morro devagar. Vai decendo os degruas do seu calvário, no resto da madrugada, todo molhado de orvalho Vai cumprir a sua sina, desempenhar o seu papel, tendo livre suas asas sobre as bençãos de Izabel! Seu caminho é turtuoso, vê coisas que não devia... pela falta de idade, por ainda ser menor! Um corpo frio caido,vazio, que a alma abandonou depois do tiroteio... Umas moças semi-nuas vendendo o que sobrou de uma infância roubada, ali no canto da rua! Mas o menino-Zinho homem, já está calejado,maduro, não se impressiona, acredita no futuro! Chega na praia... Antes do sol pra catar suas latinhas, perto da escolinha de futebol. Pés descalço, grosso de pisar o chão, limpa logo toda orla, pros turistas de verão. Pedura-se na cerca do campo, c...

"Passeia meus passos no passado,enquanto não passa!"

Sou fruto e consequência, de um gozo em noite de lua para o biblico crescei e multiplicai! Sou um bem mal planejado, que se afeiçou com a vida jogado nos braços do mundo! Tenho olhos no fundo, com azul profundo de mar além dos rochedos! As vezes a sina do medo, perdida no meio da rua, desvela a minha coragem! Hoje sou ventania de tarde, espalhador de encantos avesso ao contrário do ser! Hoje sei o que sou, um poema maduro declamado no escuro do quarto. Sem alarde,meus olhos de alma, e copo de café frio folheiam o diário, onde morrerei de causas naturais... Depois da página 46! Reginaldo

"ENLUARADO"

Pelos vidros da janela, ela está de sentinela clareando meu caminho... e eu aqui sozinho na madrugada fria escrevendo lonjuras e saudades. que na verdade não sei se tenho, se minhas,alguém me levou o sono, me colocou de castigo... não brigo,aceito o flerte da lua, o abraço da noite, o cheiro da rua! no meu quarto ainda é dia, onde o amor e a utopia habita meu bloco de papel. a mão tem vida própria, é um ser á parte do corpo, acho que tem alma também. pensa por onde escreve, descreve pensamentos lentos alforriados, de um ser cansado que não consegue dormir. mergulhado em silêncio,do inconsciente geral gesta um poema na noite,que a lua cheia, já leu por inteiro! Vai espalhar pelos dias,aos ventos,minha poesia, o lua adora fazer isso,fica toda cheia com os poemas que faço pra ela! Reginaldo

"PORTA ABERTA"

O Poeta, delirante e careta, baixou as duras penas a caneta. Não queria... O Poeta abriu a porta, com o resto de sanidade que tinha, olhou a rua,acendeu a lua e partiu. Sozinho... O Poeta anda tranquilo entre sua aparente insignificância e a noite que o esconde na penumbra. Invisível... Ele ,o Poeta, é um misto de homem e pássaro, que anda na sombra de voos cegos. Inquieto... Tem seus avessos revelados, desnudo teu poema,são mortalhas de loucuras. Insone... Segue os rastros da lua, que toda nua o encanta, enfeitiça teus silêncios. Declama... Declara guerra ao mundo, sabendo-se oriundo do fundo, de suas melancolias. Encontra-se... Ele ,O Poeta é a própria porta aberta, pra dentro das inquietudes, ele é,O Poeta,a seta em torta linha reta... Encerra... Tua jornada, acaba com o lume da madrugada, ele ,O Poeta,retorna ao naco de consciência, veste-se de normalidade,desliga a Lua e entra... Pela Porta entre aberta do amanhecer,ainda por vir à...

"ALÉM DOS OLHOS E DA ESCURIDÃO"

Ontem, Eu viajei pra dento da noite, embarcado num trem lento e com vidraças translúcidas,que me permitiam a visão do externo! Panorâmica viagem em meio a escuridão, Eu,nada, olhando coisa nenhuma, só o breu que se fazia! A Luz havia esvaído dos olhos, completa cegueira se instalou, até que o trem parou! Abriu a portilha,puxou a cortina e doeu a vista que se luzia, pela vastidão do éden! Fui adaptando,ficando bom de ver, pra onde a escuridão havia me levado, tudo era paz e sossego. Havia ali harmonia e reencontro, amigos que não via a tempos, de braços abertos e sorriso no rosto. Eu quisera ficar ali, mas o trem apitou antes da hora marcada... Me pus em viagem de volta, sem entender o recado, ainda por viver meus percalços. Defrontar os meus demônios, fragmentar meus pesadelos para obter a Paz dos sonhos! A viagem acabou com o raio de sol lambido, expulsando a escuridão da noite, num amanhecer colorido... Meu Éden ainda é aqui, tomei meu ca...

"AO VENTO"

Velas de Lua... Numa lua de velar o mar e assim revelar o Amar no livre marasmo do mar... Pó e mar, velejar nos versos entre céu,lua e maresia... Mergulhar na Poesia! Poemar! Reginaldo

"CRIVO"

Dos desesperos meus, colho a calma dos meus silêncios, dos medos da alma floresce a essência do olhar... Onde a noite amedronta, a escuridão oculta os olhos me vejo andarilho nos trilhos de uma corda bamba. Entre luz e sombra vislumbro as sobras dos meus passos que me são guias no crepúsculo das entrelinhas. Nunca perdido,apenas desencontrados, por vezes avessos e contra-mão, noutras vezes rumo certo e direção. Semeio versos na escuridão do dia, na cegueira da correria, no desenfreado buscar o que não sei! O metódico cotidiano imutável repetir, tudo sempre igual antes do partir. Louco,demente,insano, tudo isto é heresia, o fato é que me afugento, onde colho poesia... E toda claridade pra vida!!! Reginaldo

"CAMUFLAGEM"

Teus olhos buscam o céu, num plano de voo camicaze, em meio a fumaça ofuscante de um destino errante. Seu voo é chão, é terra, é volta ao pó! A Alma armada de asas, tenta a fuga, em vão! Ainda é peso morto...Vivo, cárcere da sútil indiferença, martir da menor idade... Casulo que não vingou, crisálida que não abriu... Ovo gorado! Que o tempo não chocou, Rebelde de causas outras, que não as suas. Ele só queria ser criança, brincar de bola e voar com as borboletas Azuis!! Reginaldo

"Reflexão"

Folhas secas que já viveram, para o vento e o para o verde da vida... Um dia param! Pedras que já foram poeira e voo para o vento e para o céu... Um dia param pesadas do fardo! Grama macia,que já sustentou os passos incertos e os ataques do vento... Agora é repouso de folhas,passos e pedras! É chão de braços abertos a esperar o meu corpo... Pó! Enquanto alma vagueia a procura do vento, com olhar de observar,abster e absorver... Vive o verde viço da vida, com primazia desigual... Antes do pouso final! Reginaldo

"Flor Bebê"

Ingênua criança passeia no jardim das ilusões, colhe com os olhos as cores essenciais, das asas das borboletas. A Flor cheira a criança, roubando-lhe a pureza e doçura, rubrizando-se pelo delito! A criança,broto de esperança, encanta-se com o vermelho vivo, que hipnotiza! Um silêncio liquido molha-lhe a face, que luta pra disfarçar o medo da secura que desertifica! Cada gota que cai por terra, desterra um broto de rosa com cheiro de essência interior! Alma rubra que pulsa, se abre toda ao pouso do beija flor que sente na ponta da língua... O doce néctar do Amor, ainda imaturo,ingênuo, cheirando a bebê... Reginaldo

"ELA NÃO VEIO!"

Busca a paz no lusco-fusco da tarde, no alpendre da sala no copo pro meio,cheio de toda tonteira. Sua guerra acirra no peito, acena bandeira branca suja de sangue, ainda luta desesperado um coração ali dentro...Refuta o luto iminente! O sol lhe vira as costas e oferece a escuridão,na mesa com ele a solidão lhe serve mais uma dose... rouba-lhe a lucidez! Entrega-se ao delírio no sono, não tem cama que o aninha, insone, fala as sombras,revela a intimidade da suas sobras, sem timidez! Chora,esbraveja,rabisca no rotulo da cerveja, o nome dela,a Musa que não sentou com ele, mas perturba o seu sono,fazendo juras eternas de amor, enquanto dorme na mesa! Pede ao tempo pra não acordar, sem acordo, acorda no lusco-fusco da manha, com a fidelidade da solidão! Reginaldo