Porque a vida é fugaz,fiz-me palavras doces em cachoeiras,esparramando e umidecendo olhares,despertando sonhares,fazendo voar num súbito bater de asas e pouso de passarinhos.
quarta-feira, 30 de dezembro de 2015
DA SANIDADE O ESCURO
Pichador moleque
Menino arteiro artista
Sai das mãos do letrista
Como rabisco de verso
Pincel ante a navalha
Diverso é a arte de ser
Ante as mãos de nascer
Pinturas lancinantes
Quixote quebrou os moinhos
Alucinado que era,
Cervantes sabia da lucidez
Que para quê nada servia
Dalí delirante derreteu relógios
A fim de atingir o tempo
Que não parou para ele
Embora surreal fosse
Mas o Poema, este é Salvador,
Dalí, daqui, de lá sei onde
O Poeta quando escreve
Não se esconde
Mesmo sabendo do fosso,
Da corda no pescoço
Se desnuda por inteiro
Sendo seu próprio esboço.
Jose Regi
terça-feira, 29 de dezembro de 2015
Estalo lúcido de uma insanidade
Definitivamente não sou Poeta,
Não com esta magnitude que reza o
Poema.
Pois vivo a abrir gaiolas,
A cantar passarinhos,
A colher jardins em flor,
Em meio às pedras do caminho
Que não chegam nem ter musgos
Não sou Poeta,
Falo da Lua como uma eterna musa,
Me pego a noite caçando sua presença,
Vigiando seu desfile,
Em voos solitários e imaginários,
Uma vez que a terra firme
Quase sempre me é areia movediça
Numa ampulheta a escoar o Tempo
Não sou Poeta,
Quando meus contrários
São avessos a outros olhos,
Quando o real dos outros olhares
São distorções que a cortina ofusca,
Sem que eu perceba as curvas
sedutoras,
Quase virgem das estradas,
Onde transitam minhas mistificações
ignoradas
Não, não sou Poeta,
Sou um Bruxo,
Um místico
Outra coisa qualquer,
Um Louco talvez!
Jose Regi
segunda-feira, 28 de dezembro de 2015
Sobre as flores pintadas no muro
Ontem, disse-me apressado o tempo,
De uma vida vazia, efemeridades
Caminho todo percorrido
Era vão desencontro, era saudade
Morria o sol teu que ardia,
Onde era negada a sombra
De tuas copas frondosas
Eu era deserto na penumbra
Na solitária jornada
Que se aloja no peito
Uma via crucia de dor
Amenizada que era
No romper da primavera
No voo kamikaze do beija flor.
Jose Regi
Vigilia
A boca não
fala
O que
escreve as mãos
Os olhos não
sabem ler
Os sons são
difusos
E tem cheiro
indefinido
A tarde
banhada de lavanda
Arruma-se
pra noite
Que flagra o
sol
Nu em pelo
em
Seu ultimo
mergulho
Nuvens
diáfanas desenham trilhas
Na rota dos
olhos
Partidos de
encantamento
Debruçado na
janela
Esperando o
desfile dela...
Que vem
apontando na rua
Arrancando
assobios dos ébrios
Solitários,
hirtos com sua passagem.
Coração
galopa na garganta
Há uma
secura desértica
Sob o céu da
boca
Ela chega
mais perto
Desequilibra
os sentidos
Acelera as
batidas
E o coração
apanha
Calado
Já se vai
noite a dentro
No relento
das curvas
Do seu
rebolado
Fecho a
janela
Durmo de
olhos abertos
Só pra ver
se a vejo
Nos sonhos
que não sonhei.
Jose Regi
domingo, 27 de dezembro de 2015
"Tão Eu e somente Eu"
minha janela de ver o tempo
está aberta pra dentro
prendendo a cortina
no canto da sala
está aberta pra dentro
prendendo a cortina
no canto da sala
há uma fala muda
no vaso de flor de plástico
que mantêm o viço
sem rega
no vaso de flor de plástico
que mantêm o viço
sem rega
uma fotografia amarela
no porta retrato
ainda mostra o sorriso
dos idos de ontem
no porta retrato
ainda mostra o sorriso
dos idos de ontem
a cadeira ,a mesa e o livro
enquanto me livro do asco
de mal sonhados sonhos
pela janela
enquanto me livro do asco
de mal sonhados sonhos
pela janela
outro dia,outra chance
outra pedra no caminho
que vou contornar
pra não mudar o cenário
outra pedra no caminho
que vou contornar
pra não mudar o cenário
meu teatro é meu defeito
a vida é só um vento breve
um sopro morno
onde a alma ferve
a vida é só um vento breve
um sopro morno
onde a alma ferve
na verve da felicidade
existe horizonte além dos olhos
ao alcance das mãos
que desejo tocar!
existe horizonte além dos olhos
ao alcance das mãos
que desejo tocar!
JOSE REGI
Então é Natal!
E agora?
Como vai ser?
Você não tem pinheirinho
Com bolas vermelhas
Com estrela na ponta
Não tem chaminé
Nem ceia, nem amigos.
Não sabe escrever
E agora?
A mesa não tem
A casa também
A rua não é tua
Nem o banco da praça
Mas você insiste
Persiste
Conciso afirma
Que existe,
Embora esta sua verdade
Ninguém acredite!
E agora?
O dia já foi,
O sol já brilhou
A tarde caiu à noite também
Sobrou outra vez
Você e esse seu mundo utópico
Imaginário e insone
Pois que nem sonho tu tens
Uma vez que não consegue dormir.
Jose Regi
Descarrilando
Em construção
Do barro sujo
Ao monumento
Entra na embarcação.
Formigas roem
Migalhas caídas sem tempo
Dos transeuntes
Que sem destino vão.
Aos pés da serra apita
O trem que parte aos recônditos
De uma procura
Longe da praça dos olhos.
Leva consigo o choro
Que não escapou
E o lenço inútil
Para limpar os óculos.
Artista oleiro
Procura as margens da vida
A matéria prima
Que ainda não moldou
Neste desterro insólito
Nos desertos afins
Constrói castelos de areia
Que o vento faz ruir
Mas cultiva esperança
Guardada de criança
Que ha um rio
Em algum lugar.
JOSE REGI
Sá Maria
Ela sobe a
ladeira
Tem pressa
no tempo escasso,
Não pintou o
cabelo
Nem vestiu
seu melhor pano.
Segue
fatigada no rumo
A crença
humana de salvação,
Seu caminho
indica o desejo
De subir ao
mais alto dos céus.
Pois sempre
lhe fora dito
Que lá está
o altíssimo
O reino dos
justos
A paz
eterna.
Corre depois
de engatinhar,
De jogar
bola nas ruas,
De lavar a
alma nas águas da chuva,
De quem
carrega a proteção, nas mãos.
Já foi
Mariinha, Mariazinha,
Já foi Má,
namorada, mãe e avó,
Na
correria...
Hoje é só Sá
Maria!
Tropeçando
nos passos
Sempre
apressado
Das ruas de
pedra talhada
Para não
perder a missa.
Jose Regi
sexta-feira, 4 de dezembro de 2015
-Acordo-
Hoje não tem sol,
nem letras,
nem poesia
no varal...
Hoje
Minha aura
fechou
com o
temporal!
Jose Regí
nem letras,
nem poesia
no varal...
Hoje
Minha aura
fechou
com o
temporal!
Jose Regí
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Fé
A Fé é uma planta frágil Que se rega com gotículas De esperança. É acreditar no impossível, No imponderável, É andar na contra...

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A Fé é uma planta frágil Que se rega com gotículas De esperança. É acreditar no impossível, No imponderável, É andar na contra...
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Sobre limo e musgo, das pedras do caminho se prende as fendas... Escondido do sol, na umidade do orvalho, sobre as folhas mortas.....
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O que me prende não são cercas. Acerca disso, encarcero-me. Grades, gaiolas e asas de cera No interior quase deserto de mi...