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"QUÉRULO"


Com olhos de melancolia,
vejo palavras mudas,
no fundo do mundo do poço,
ouço um eco doce e triste,
como se fosse sussurros
com o dedo em riste,
me pedindo tire daqui!

Alma pura de querubim,
sem asas de fazer estripulia,
não sabe ser chão,
por isso rasteja.

Fareja o céu,
saudoso de vento,
olhos marejam,
suspiros pra dentro,
são palavras,lamentos,
em mantras sedutores,
pra levar...

Ao fundo do mundo do poço,
tirar esta alma do escuro,
do apuro das sombras,
trazer a luz.
Eu, redentor de anjo caído,
perdido em meio ao caos,
desta inquietante canção.

A beira do abismo,
me vejo humano e fraco,
sem asas, nem voo.
Me jogo no buraco entre as palavras,
caio nos braços do meu anjo da guarda,
sentado quieto no fundo da alma.


Se é no fundo que sempre estou,
é lá que ele vai me guardar!

Jose Reginaldo Da Silva da Silva

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