A pureza da
pipa colorida
Pela ingenuidade
empinada
Buscando equilíbrio
no vento...
A crueldade
do anzol que
Aprisiona e
encarcera,
Limitando o
nadar do peixe n’água...
A inquietude
do pássaro
Cerceando o
direito ao céu
Voando baixo
no entorno da armadilha...
Os bichos assustados
Com o
barulho sem sol
De um amanhecer
chuvoso...
Nada de novo,
de novo,
Nesta peça ensaiada
Executada como
rotineira imperfeição.
Esta construção
descomunal
Em se tornar
o colosso exemplar,
Referencia de
ninguém.
Somos uma
base sobre a areia...
Na beira do
mar tomba, arqueia,
Desmorona
como um castelo de nuvens.
Às vezes
temos asas
Noutras vezes
rastejamos.
Mas nas
vezes que voamos
Desejamos o
pouso.
Onde pisas
E deixa
rastros
Deixa um
pouco do seu cheiro.
Viajante,
passageiro...
Sendo flor
de outro janeiro
Que entrou
em fevereiro por teimosia.
És um jardim
de folhas secas
Embrionado
renascer,
Ainda por
vir...
Enquanto
hiberna o broto em preto e branco.
Nas cores de
um foto dissonante e sem foco
Das viagens
que já fez.
Ser o giz no
quadro negro a rabiscar poesia
E a parte
que lhe cabe
E o respeito
que lhe diz...
Todo resto é
insurreição
Fez ou não fez,
Isso pouco
interessa.
A arte do
silêncio está em observar quieto,
A pintura do
universo
Ainda sem assinatura!
José Regi