quinta-feira, 28 de novembro de 2024

 


A Fé é uma planta frágil

Que se rega com gotículas

De esperança.

É acreditar no impossível,

No imponderável,

É andar na contramão da lógica,

Da realidade

É crer no invisível, na uniciência

No divinal.

 

Ter fé é cultivar a ingenuidade

De uma criança,

A fragilidade de uma mariposa

Entorno da luz.

É entender possível

Quando tudo

Se mostra ao contrário.

 

Ter fé

É pegar no rosário e pedir

Como quem esfrega

Uma lãmpada mágica.

É não aceitar.

É a negação de si

Nas entrelinhas da sua

Propria incapacidade.

 

É acreditar numa utopia

Na poesia do inédito

No remédio amargo

No apelo ao vento

Ter fé é orar em silêncio

Durante um temporal...

 

Ansear desvios,

Piquetes e atalhos

Na estrada da vida.

É a dureza do chão

A excassez do pão

É o calo das mãos

 

Ter fé é não ter explicação

É se nortear pelo intímo

Se entregar a uma filosofia

É sacrifício de vida

Alienação, Aliança

E Abnegação

 

Ter fé é escrever torto

Em linhas retas

E não contestar.

Andar na contramão da seta

É ver razão e sentido

No projeto gêneses

É ter Deus...

E isso lhe bastar.

 

José Regi 28/11/24

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