Eu sou um
tanto de tantos,
Pouco, muitos, quase nada
Sou o sal do pranto
Que na ribeira deságua
Aquele barco singrante
Rumo ao mirante
Sou água do igapó
Na melodia da mata
Sou a nota dó
Ao sol que desata.
Quisera ser mais...
Que a música do vento
No templo aberto
Desse tempo fechado
A lâmina cega do machado
O golpe sem efeito do facão
Curupira, caipora,
Anhangá ou caiçara...
Proteção
O que vela,
Que zela e protege
O limite, a cerca
Mãe d’água e
A tabua de salvação.
Sou a lei da mata
Sou lenda, folclore
A estação que colore
A tarde que desce
Silente...
Sou índio
Nativo
Sou dono de nada
Sou a estrada
O buraco na via
Sou o que havia
Antes de você chegar
Pelo mar torrente...
Sou um tanto de tantos,
Pouco, muitos, quase nada...
Sou gente.
José Regi
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