Uma noviça
Com crises
existenciais
Grita contidas inquietações
Repleta de
desejos e vícios carnais
Não nega
Tampouco oculta
às sensações
Anda aturdida
Pelos corredores
do mosteiro
Esfregando em
todas as pontas que encontra
Tem calafrios
e cio
Igual a um cavalo inteiro
Não respeita
os limites da cerca,
Por uma monta
Sua boca
Suculenta e
carnuda é um delírio
Quando
sussurra absurdos não catalogados
Ela geme
sentada no braço da poltrona,
De arrepio
Tem espasmos
curtos
E gozos
prolongados
Ela não sabe
ao certo
A direção do
poente
Às vezes chora
arrependida,
Noutras é
sarcástica,
Traz entre as
pernas um vulcão ardente
Às vezes
meiga, noutras dramática
Não sabe nada
de fé ou religiosidade
O mosteiro
É vontade de
seus pais,
Fé perdeu
inda criança
Junto com a
virgindade
Molestada que
foi por entes bestiais
Viveu o
inferno,
Nunca quis
saber de santidade
Aprendeu cedo
à normalidade da hipocrisia
Fez da
sexualidade
Sua vil
defesa sem castidade
Maturou no
cerne da carne
Toda forma de
rebeldia
A noviça
No auge da
crise existencial
Rasga as
vestes e desnuda-se
ardilosa
Insinua e
sensualiza
Brincando com
castiçal
Num transe
abissal...
Enquanto
goza.
José Regi
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