domingo, 3 de abril de 2016

DESERTIFICAÇÃO




Há nas densas matas de mim
Criaturas que me assombram
Águas mortas sussurrando
Nas horas que me assolam

Nos meus rios correm pedras, paus e pó  
Nas arvores dos meus cílios
Penduram-se samambaias e parasitas
Enroladas nos cipós

Pontes que emergem do chão
Fazem elo nas entrelinhas
Buscam alguma forma de versar
Um sinal, uma conexão.

Enquanto o corpo deserto
Vai se esvaindo ao vento
A alma planta floresta
Ante ao desolamento

Nos meus rios correm pedras,
Ao Céu aberto me recolho
Toda água do meu rio

Trago no recanto do olho.


Jose Regi

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