Procuro pelo poema, vasculho meu intimo, no limbo da minha calma, no musgo da minha alma encalacrada de parasitas... Nem uma flor nas bromélias! As bases de minha fortaleza, se ruíram,com os abalos sísmicos, que cismo em provocar sobre minha Paz... Meu rio corre agitado entre pedras! Procuro ainda no vento, na sombra do carvalho, na sobra do tempo, no meu trabalho, no jogo de cartas,na sorte,no asar, No naipe do baralho... Mas as cartas mentem! Não acredito mais em mentiras, em falsas expectativas, não planejo,não mensuro, apenas procuro em meio minhas tralhas, algo que valha,entre os meus dilemas... Ainda procuro o poema! Deixo meus rastros, minha carteira de identidade, uma foto três por quatro, preto e branco triste, com uma luz fria a luzir... Onde estava a poesia? Mas insisto em espalhar minhas migalhas, onde de papo cheio as gralhas, não comam minhas deixas. Junto um cartão epitáfio, assinado por fim... O poema estava o tempo todo dent...
Porque a vida é fugaz,fiz-me palavras doces em cachoeiras,esparramando e umidecendo olhares,despertando sonhares,fazendo voar num súbito bater de asas e pouso de passarinhos.