Eu, poeta de superfície, raso de chão e asas atrofiadas Ofereço-vos o mirante A beira dos meus abismos Sem egoísmo oferto-vos Tentativas de voos. O mergulho A incerteza Do pouso seguro. Dou a ti, No escuro, O lume da lua O cio da loba O uivo do vento... A dança das folhas mortas O sementio do horto O tempo torto E meus medos mais sórdidos. O ócio A ausência dorída Asas parcas, feridas O vazio e o eco. Retiro o véu Ofereço-vos O céu E o chão Onde aguardo Vosso pouso. José Regi
O amor é um espanto Um escárnio vivo. É vento soprando Sobre encantos cativos. Fogo de chama forte Encandeia os sentidos Dói como arame farpado No tempo de ter vivido. Saudade é um escracho E tempo tirando perfume Do vaso de enfeite Com flores de plástico. Recende como incenso Em tempo de pouco lume. Em noites de pouco facho. Paixão é lenha seca De fácil combustão Dois corpos suados Em noites de verão. paixão que vira amor Por certo vira saudade Em tempo de adeus tardio No átimo de uma maldade. Bom encontro é de dois Já dizia a canção Amor e paixão é pra agora. Saudade... Saudade... É pra depois. José Regi